«As modernices e as exigências da lei e, por outro lado, o cansaço dos proprietários» levaram que já não haja o pão alvo, crestadiço e quente, da «Padaria da Bentinha», em Vila Pouca de Aguiar. Agora, o estabelecimento com o alvará mais antigo do distrito de Vila Real no ramo da panificação, datado de 1949 (e registado pelo então Ministério do Comércio e Indústria), fechou as portas.
Mas o \"pão da Bentinha\", assim era conhecido na vila e nas zonas envolventes do concelho, era um clássico. \"O meu pai era Bento e a minha mãe, Benta, já trabalhavam nisto no século XIX, e o pão feito por eles começou a ser conhecido como o \"pão da Bentinha\", explicou António Moura, 73 anos, o último guardião da família no ramo que, com a mulher, Edite Moura, de 65, mantinham o estabelecimento aberto. \"Os fiscais queriam que fizéssemos muitas obras na padaria e nós já não estamos dispostos a isto\", explicou António Moura.
\"Não havia broa de milho , nem carcaças como as da Bentinha\", diz Carlos Martins, de 63 anos, cliente da padaria.
Considerado um \"ex-libris\" de Vila Pouca de Aguiar, a \"Padaria da Bentinha\" reúne um espólio ligado ao fabrico de pão que poderia integrar qualquer unidade museológica ligada à actividade. Nomeadamente, o forno secular a lenha, o balcão marmóreo, as balanças, o cortador de massa e as paredes em madeira, entre outros motivos
