O Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes entra hoje na sua 22.ª edição e continua a atrair muita gente. A par dos que ali se deslocam só por curiosidade, são muitos os que ali vão em busca da cura que não encontram na medicina convencional.
Até domingo vão estar espalhados por cerca de 40 stands bruxos, videntes, médiuns, massagistas, astrólogos, ervanárias e tarólogos, mas a figura de cartaz continua a ser o padre António Fontes.
O fundador vai deixar-se massajar e \"limpar\" o corpo de energias negativas. O padre Fontes afirma que \"a junção do sagrado e do profano protagonizado por um padre é uma mais-valia e um chamariz para o congresso. Foi como que a arte de sacralizar o profano e profanar o sagrado.\"
Vinte e dois anos depois, o objectivo da iniciativa mantém-se actual porque, segundo António Fontes, o congresso pretende dar a conhecer às pessoas \"o valor da medicina popular e o poder das plantas para combater doenças\".
\"O primeiro congresso de medicina popular nasceu da necessidade de dar a conhecer o uso da medicina tradicional. Hoje, o congresso transformou-se num ponto de encontro de culturas, medicinas, religiões e saberes. Serve para questionar métodos e crenças, tornando-se numa ocasião para conhecer o País profundo\", explicou.
Os videntes, médiuns e pessoas que se dedicam à magia, também têm a porta aberta, mas segundo o padre António Fontes, o importante é que, actualmente, mais de uma dezena de mulheres se dedicam exclusivamente às ervas, para venderem às milhares de pessoas que visitam Vilar de Perdizes durante todo o ano.
Por lá andará também Ana Martins, a \"Pitinha\", mulher de 91 anos que vende ervas para chás desde as primeiras edições.