Os pais e encarregados de educação de Campelos, Carrazeda de Ansiães, exigiram, ontem, melhores condições de transporte dos alunos para a sede de concelho.
Dizem que o autocarro de serviço avariou três vezes no espaço de uma semana, atrasando a chegada das crianças e jovens às aulas, pela manhã, ou a casa, ao fim da tarde. No largo da capela, pais de alguns dos dez alunos que frequentam a Escola EB 2, 3 e Secundária de Carrazeda, manifestaram a sua preocupação pela alegada \"falta de segurança\" verificada no transporte dos seus filhos.
Elisabete Monteiro, mãe de dois alunos, contou que as avarias começaram há uma semana. Na segunda-feira, por causa de uma \"rotura no tubo do gasóleo\", e na sexta, devido a \"problemas na embraiagem\". \"Até tiveram que ir a uma vinha tirar uma pedaço de arame para solucionar a avaria\", denunciou. Ontem, os alunos saíram da aldeia às horas que deviam estar a entrar na escola. Foi necessário o recurso a outro autocarro para substituir o avariado por fuga de gasóleo. \"Estamos descontentes com este transporte, pelo que exigimos a sua substituição\", acentuou Elisabete.
As críticas alastraram a Tomás Rodrigues, preocupado com a segurança da filha. \"Foi o tubo do gasóleo e depois a embraiagem. Qualquer dia são os travões\", frisou, alertando para a necessidade de serem tomadas medidas para \"evitar uma desgraça\".
Lisete Soares acrescentou a preocupação pelo atraso na entrega da filha. \"Na segunda-feira chegou a casa às 19.30 horas e na sexta às 18.40, aproveitando a boleia de um morador de Campelos\", explicou.
A empresa Santos, responsável pelo transporte, alegou que as avarias não foram preocupantes e justifica-as \"Na semana passada poderão ter furtado o gasóleo do autocarro, ou então não foi abastecido; ontem houve uma fuga de gasóleo devido à sujidade\".
Desconhecia o problema na embraiagem. Segundo a empresa, o autocarro \"está em condições de assegurar o transporte\". O presidente da Câmara de Carrazeda, Eugénio de Castro, disse, ontem, desconhecer o problema de Campelos.
Mas assegurou que a autarquia vai mandar averiguar as condições dos autocarros que transportam os alunos e aferir se estão de acordo com o contrato de concessão. \"Viaturas com matrícula anterior a 2003 não podem prestar o serviço\", explicou, acrescentando que esta limitação surgiu na sequência de \"condições de transporte degradantes\" verificadas o ano passado. Se a situação não for alterada, os pais e encarregados de educação ameaçam mesmo reter o autocarro na aldeia e não o deixar partir, se por capricho do destino tiver o azar de avariar novamente.