O porta-voz do PAN defendeu que são medidas como a concentração de serviços e a aposta nas monoculturas intensivas que estão a despovoar regiões como Bragança, recusando que a proteção dos ecossistemas impeça a fixação das populações.

O líder partidário iniciou no distrito de Bragança uma volta que o levará, nas próximas cinco semanas a percorrer o país, tendo escolhido o Parque Natural de Montesinho para sublinhar “a importância das áreas naturais e protegidas” e “bons exemplos” do que vai sendo feito na conservação da Natureza, como os 1,3 milhões de euros que ali estão a ser investidos na reabilitação de habitats.

Questionado sobre o despovoamento que afeta estas áreas, André Silva considerou que tem de haver uma articulação entre proteção da natureza e dos habitantes, porém entende que “não é a proteção dos ecossistemas que é um garrote ou um impedimento de fixação das pessoas”.

“Têm sido políticas erradas, nomeadamente, por exemplo com a aposta em monoculturas intensivas de eucalipto e de outras culturas em vez de se fazer apostas em serviços de ecossistemas”, apontou.

O presidente do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) defendeu que “é preciso redirecionar os apoios de uma política agrícola e florestal completamente erradas e fomentar as pessoas a plantar soutos, carvalhais e outro tipo de floresta autóctone e de culturas que fixam a biodiversidade e aumentam a produtividade dos solos e retêm água”.

Por outro lado, entende que “é natural que, quando se centralizam todos os serviços de correios, de saúde, de escolas em sedes de distrito é natural que depois outras vilas e outras aldeias se vão despovoando ao longo das décadas porque as pessoas querem estar perto, naturalmente, de onde existem todos estes serviços”.

“E é importante haver serviços de proximidade, nomeadamente ao nível da prestação de cuidados de saúde nestas zonas mais remotas”, sustentou.

André Silva reforçou que “tem de haver de facto uma articulação muito grande entre aquilo que é o objetivo da conservação da natureza com as práticas agrícolas mais sustentáveis, mas também com as outras áreas, nomeadamente a prestação de serviços do Estado”.

“Não podemos concentrar tudo nas grandes áreas metropolitanas do país, não podemos concentrar todos os serviços nas sedes de distrito para onde toda a população das aldeias está a ser encaminhada e drenada. E nesse aspeto é preciso haver um maior investimento da parte do Estado, uma maior visão a longo prazo, que não tem havido”, acrescentou.

Relativamente às eleições de 06 de outubro, o porta-voz do PAN afirmou que “ainda é cedo” para falar de cenários governativos, que remeteu para depois de conhecidos os resultados eleitorais.

“Não há nenhum cenário fora da mesa, mas também não há condições nenhumas à partida”, declarou.

O líder partidário reiterou que o propósito do PAN é pedir ao eleitorado “o reforço da confiança” no partido para, dessa forma, conseguir “influenciar o governo que sairá das eleições e as politicas públicas do país”.



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