O velho posto fronteiriço de Quintanilha, em Bragança, poderá voltar a ser o local de controlo da circulação entre Portugal e Espanha com as autoridades a terem que optar por uma das duas entradas da principal fronteira de Trás-os-Montes.

Há mais de uma década que a construção da ponte internacional de Quintanilha desviou o trânsito da antiga ponte sobre o rio Maçãs, onde foi, entretanto, instalado um Centro de Cooperação Policial e Aduaneira que junta polícias portuguesas e espanholas.

A principal fronteira de Trás-os-Montes, por onde circulam muitos dos pesados de mercadorias entre o litoral português e o norte da Europa, ficou com duas entradas e localmente aguarda-se por decisões dos dois países para instalar o controlo de contenção do novo coronavírus.

O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou, no domingo, que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.

A Lusa viajou na manhã de hoje entre Portugal e Espanha pelas duas entradas de Quintanilha sem qualquer controlo ou presença de operações policiais.

Em ambos os sentidos o maior tráfego era de camiões a transportar mercadorias.

Desde a abertura das fronteiras, no início da década de 1990, esta será a primeira vez que ambos os países limitarão em conjunto a circulação.

A última vez que a fronteira fechou foi apenas do lado português aquando da visita do papa Bento XVI a Portugal, em 2010.

Nessa ocasião, o controlo do tráfego foi feito no nó da Autoestrada 4 (A4) de Quintanilha, imediatamente antes da ponte Internacional que liga à estrada nacional 122 espanhola.

As autoridades estudam agora se o controlo que vier a ser decidido pelos governos dos dois países será feito na mesma zona com postos em ambos os lados.

Essa opção levaria ao encerramento da circulação na antiga ponte de Quintanilha que é a alternativa com maior apoio logístico, junto ao centro de cooperação.

António Costa afirmou também que os termos das limitações serão definidos hoje, numa reunião dos ministros dos dois países com a pasta da Administração Interna.

Essa reunião seguir-se-á à dos ministros da Saúde e da Administração Interna da União Europeia.

O primeiro-ministro disse estar convicto de que estas limitações de circulação na fronteira entre os dois países entrarão em vigor já hoje e acrescentou que se manterão por tempo indeterminado, mas sempre para lá dos dias das celebrações da Páscoa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na semana passada que o epicentro da pandemia do novo coronavírus passou da China, origem do surto, para a Europa, onde diversos países acionaram já o fecho das fronteiras.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo



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