Alguns professores do movimento «Promova» juntaram-se hoje à concentração promovida pela Plataforma Sindical, em Vila Real, para criticar o entendimento alcançado sábado entre os sindicatos e o Ministério da Educação.
A concentração de hoje já havia sido agendada pela Plataforma Sindical de Professores aquando da «Marcha da Indignação», em Lisboa.
Apesar do protocolo de entendimento com o Ministério da Educação, cuja assinatura está prevista para quinta-feira, os sindicatos mantiveram a iniciativa para esclarecer o acordo e apelar ao envolvimento dos professores no Dia D - dia de debate nacional sobre o estado da escola pública.
Descontentes com este entendimento ficaram os docentes do movimento espontâneo «Promova», que nasceu em Vila Real e se disseminou por todo o país.
Por isso mesmo, estes professores fizeram questão de marcar presença na concentração que, segundo Octávio Gonçalves, um dos responsáveis pela criação do movimento, «ficou esvaziada».
«Este acordo não representa nenhuma vitória para os professores. Mais não fez do que adiar o problema para Setembro», afirmou.
Acrescentou que se «mantêm todas as questões em relação à avaliação dos professores e que o modelo de avaliação em causa está inquinado desde o começo e é de natureza gravosa».
O docente frisou que a principal reivindicação dos professores que era a suspensão do actual modelo de avaliação «não se verificou».
Defendeu que a avaliação dos professores deveria ser feita por uma «comissão de avaliação multidisciplinar, proposta pelos departamentos de cada escola e sujeita a uma formação especializada».
«Este processo permitiria avaliar a docência em todas as suas componentes», frisou. Octávio Gonçalves salientou a necessidade de «continuar a exercer pressão contra os instalados no auto-interesse e na mediocridade».
Foram cerca de 300 os professores que se concentraram na Praça do Município de Vila Real.
Carlos Taveira, dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, fez questão de frisar que a «luta não se esgota no entendimento», o qual, na sua opinião, pela primeira vez revelou «abertura» por parte da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Importante para este sindicalista era «trazer paz às escolas».
No entanto, considerou que as principais reivindicações dos professores «não estão ainda conseguidas» e exigiu a calendarização de um processo negocial que permita rever o estatuto da carreira docente e o novo regime de autonomia e gestão das escolas.
Por isso, salientou que o acordo representa apenas «o princípio de um processo negocial».
A Plataforma Sindical de Professores apelou ainda à participação alargada dos docentes e educadores nas reuniões que decorrem terça-feira, em todo o país, no âmbito do Dia D.