A EDP deveria apresentar durante este mês o estudo de impacto ambiental relativo à construção de uma barragem junto à foz do rio Tua, mas responsáveis da empresa reuniram ontem na Câmara de Murça com autarcas locais para os informar de que, atendendo a recentes alterações legislativas, o documento só será dado a conhecer mais próximo do Verão.
Segundo apurou o JN junto do presidente da Câmara, João Teixeira, as novas directrizes do Governo apontam para que a concessão da exploração de empreendimento hidroeléctricos seja sujeita a concurso público. Ora, no caso daquele empreendimento - caso venha a ser construído - poderá ter que sujeitar-se às novas regras. \"No caso de a EDP ganhar o concurso, então sim, virá apresentar o estudo, que já está praticamente concluído\", precisou o edil.
A EDP está entretanto a sugerir aos cinco municípios abrangidos pela barragem - Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor - que constituam uma associação, que poderá vir a ter uma parceria com a empresa para diversos fins. \"Pode ser uma boa forma de garantirmos uma percentagem dos lucros\", deseja João Teixeira.
A construção do empreendimento vai acarretar a submersão da Linha do Tua. O autarca de Mirandela, José Silvano, tem sido o principal opositor, enquanto Murça reivindica compensações justas para os agricultores do seu concelho que ficarem sem vinhas e olivais.
Segundo a EDP, se a barragem for construída à cota 195, a albufeira terá uma extensão de 37 quilómetros e vai submergir 791 hectares. Terá capacidade para armazenar 215 milhões metros cúbicos de água e produzir 350 Gigawatts/hora. O investimento previsto ronda os 237 milhões de euros.