A requalificação da desactivada ponte metálica sobre o Douro, na Régua, começou esta semana e, ao longo de nove meses, serão gastos 1,6 milhões de euros na recuperação desta estrutura para uso pedonal e de bicicletas.

O presidente da Câmara Municipal da Régua, Nuno Gonçalves, disse hoje que a ponte, construída em 1872, vai ser recuperada nos moldes originais.

A obra junta a Estradas de Portugal (EP) e a autarquia e insere-se no «Frente Douro», um projecto do município que quer melhorar a relação da cidade com o rio e atrair investimento. O custo do «Frente Douro» vai ascender aos dez milhões de euros, verba elegível no âmbito de uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional, e junta vários parceiros públicos e privados.

A ponte metálica está, segundo o presidente daquela autarquia, \"em grande degradação\" e, por isso, \"é uma nódoa\" na cidade da Régua. O objectivo da intervenção é tornar este património num \"atractivo turístico\" e num \"ex-líbris\". \"As pontes são uma marca da cidade\", sublinhou.

Nuno Gonçalves reconheceu ter tido \"sérias preocupações\" quanto à concretização da obra por causa dos \"problemas económicos\" que o país está a atravessar. \"Mas depois de conversarmos com a EP ainda bem que se resolveu avançar com a obra\", salientou.

As pontes da Régua

A ponte metálica foi construída para servir o tráfego rodoviário. Mesmo ao lado foi entretanto construída uma outra ponte por onde deveria passar o comboio que ligaria a Régua a Lamego. Só que o caminho-de-ferro nunca chegou a ser construído e a ponte ferroviária passou a rodoviária e a metálica foi desactivada.

Nuno Gonçalves referiu ainda que já foi adjudicada a reabilitação da Estrada Nacional 108 (EN108) e incide na intervenção ao longo dos três quilómetros de frente ribeirinha. Esta obra vai custar 4,5 milhões de euros e implica a construção de duas rotundas, novos passeiros, pavimento, lugares de estacionamento, mobiliário urbano, iluminação e arborização. \"A EN108 afirma-se como a espinha dorsal da relação da cidade com o rio, que é a base de todo este projecto\", afirmou Nuno Gonçalves.

O \"Frente Douro\" inclui ainda a reabilitação do cais comercial da estação, um edifício em madeira classificado, que vai ser transformado num espaço de venda de vinhos, produtos artesanais e restauração. Esta obra, que deverá ficar a cargo da Refer, vai custar 1,1 milhões de euros e vai funcionar em articulação com a estação de caminho-de-ferro.

Depois caberá à delegação da Régua do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos transformar as plataformas amovíveis do cais fluvial, que, segundo o autarca, sofrem grandes danos aquando das subidas das águas do Douro no Inverno, em cais rígidos.

\"Pretendemos que o «Frente Douro» se constitua como uma âncora para o desenvolvimento da cidade na sua relação com o rio, para a melhoria da qualidade do espaço urbano e para nos tornarmos atractivos e competitivos na captação de novos investimentos\", afirmou Nuno Gonçalves.



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