O secretário de Estado da Cultura afirmou hoje que «a única coisa que o Governo não admite é perder a classificação» do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, garantindo que o Governo irá «acomoda»\\" as recomendações da UNESCO.

«A única coisa que o Governo não admite é perder a classificação de Património Mundial da Humanidade», declarou Francisco José Viegas, rejeitando que esteja em causa «parar ou não a barragem» de Foz-Tua.

O governante, que intervinha num debate de urgência no Parlamento pedido pelo PEV, assinalou que já tinha \\"chamado à atenção\\" publicamente para vários aspectos suscitados pelo documento da ICOMOS, grupo técnico da UNESCO.

\\"A nossa posição é a seguinte, não podemos desmentir os factos incontestáveis do relatório, assumimos que poderia ter sido evitada esta situação se o anterior Governo tivesse acomodado sugestões dos organismos da Cultura, nomeadamente da Direcção Regional de Cultura e do IGESPAR\\", referiu.

No entanto, durante o debate, o BE acusou o Governo de levantar \\"contradições que preocupam\\" sobre este tema, depois de o secretário de Estado das Florestas, Daniel Campelo, ter dito que a construção da barragem \\"não\\" implica a perda da classificação.

\\"O país tem condições para parar a barragem? O país não tem é condições para ter este Plano Nacional de Barragens. O que o país não pode suportar é isto, cabe a este Governo parar este plano e parar a barragem do Tua\\", defendeu a deputada do BE Catarina Martins.

Também a deputada do PEV Heloísa Apolónia notou que há consequências que \\"não é possível\\" minimizar e que \\"há impactos severos\\" que são \\"irreversíveis\\".

\\"Os senhores têm o poder na mão para parar aquele crime senão estão a servir exclusivamente a EDP, iguaizinhos ao Governo anterior\\", vincou a deputada ecologista.



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