Os complexos mineiros romanos de Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, e Las Médulas, em Espanha, formalizaram segunda-feira um protocolo para ações conjuntas de internacionalização destes territórios, investigação, comunicação e valorização do legado romano na Península Ibérica.
Las Médulas é Património Mundial desde 1997 e a Câmara de Vila Pouca de Aguiar quer agregar o complexo mineiro romano de Tresminas à respetiva classificação pela UNESCO, na categoria de paisagem cultural.
O protocolo que foi assinado na segunda-feira, no Parque Arqueológico em Carucedo, na província espanhola de León, reforça o trabalho dos dois sítios arqueológicos, que distam entre si 200 quilómetros, e insere-se nas comemorações do 20.º aniversário da inclusão de Las Médulas na lista do Património Mundial.
O município transmontano disse que este projeto cultural comum vai ajudar a potenciar a internacionalização dos respetivos territórios e vai encurtar distâncias com atividades conjuntas de valorização do legado romano na Península Ibérica.
As duas partes vão colaborar na promoção e divulgação dos territórios mineiros, na elaboração de estratégias de comunicação e marketing, formação de guias, na investigação e produção de conteúdos científicos e no poio à visita nos territórios mineiros.
A parceria transfronteiriça entre Tresminas e Las Médulas será também aprofundada junto da comunidade educativa com ações pedagógicas e intercâmbios culturais.
No âmbito escolar, foi já criado um jogo para crianças com os respetivos patrimónios mineiros.
E na cultura, a comemoração do Ano Europeu do Património Cultural em 2018 iniciará com uma permuta de exposições que estarão patentes nos respetivos espaços arqueológicos.
Vai ser ainda constituída uma comissão mista formada por dois representantes da Fundação Las Médulas e dois representantes do município de Vila Pouca de Aguiar.
A esta comissão caberá o estudo e proposta dos projetos e atividades a desenvolver.
Com uma vigência de cinco anos, que podem ser prorrogados, o protocolo vai ser assinado pelo presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, e a presidente da Fundação Las Médulas, Maria Josefa Cirac.
Ainda que com diferentes sistemas de exploração aurífera, estes territórios mineiros localizados no noroeste peninsular tinham o mesmo propósito, o de cunhagem de moeda que servia o Império Romano.
Em Vila Pouca de Aguiar, as minas foram geridas diretamente pela guarda do imperador romano. Aqui, a exploração de ouro decorreu ao longo de 450 anos e depois não teve mais intervenções.
É por isso, segundo a autarquia, um "património arqueológico único" que se preserva desde "há cerca de 2000 anos".