A secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza anunciou hoje um investimento de cerca de 900 mil euros num projeto de restauro e prevenção estrutural no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

"O plano de restauro e prevenção do PNDI prevê um investimento de cerca de 900 mil euros, que serão distribuídos pela prevenção estrutural e vigilância, restauro e conservação de habitats prioritários, tais como os azinhais e zimbrais. A contratação de um grupo de sapadores florestais e campanhas de sensibilização para boas práticas silvopastoris serão outras das prioridades", especificou Célia Ramos à Lusa.

No que respeita à avifauna do PNDI, serão construídos ao longo de toda a área protegida uma rede de alimentadores principalmente destinados às aves necrófagas.

"Este projeto surge na sequência dos incêndios do verão passado e que deixaram marcas na área do parque natural e está a ser experimentado com sucesso, em áreas como no Parque Nacional da Peneda - Gerês, que apresenta menos área ardida", frisou Célia Ramos.

O anúncio do projeto de prevenção e restauro foi feito hoje em Mogadouro, numa sessão de trabalho que juntou à mesma mesa a tutela e os presidentes da câmara de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo

A secretária da Estado destacou a criação de uma brigada de sapadores florestais, composta por cinco elementos, que terá como missão a vigilância e primeira intervenção na área do PNDI, para evitar danos nos ecossistemas, como os deixados pelo incêndio de julho que deflagrou em Picote, no concelho de Miranda do Douro.

"O que se prende com implementação deste projeto é salvaguardar o valor excecional das áreas protegidas, situadas em território nacional, sendo é possível através de um pleno de proximidade que envolva os municípios e as populações fazer ação demonstrativas daquilo que se poder fazer em matéria de previsão e risco de incêndio", sublinhou.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que está dado o primeiro passo para, em conjunto, se poder avaliar todo este plano, agora apresentado.

"Recuperação da área ardida do PNDI, em Picote, é fundamental, já que são cerca de 500 hectares de terreno que é preciso recuperar e devolver ao ecossistema do Douro Internacional que é de grande valor, ambiental, cultural e paisagístico ", frisou o autarca.

Já o presidente da Câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães, frisou que é importante salvadora o valor ambiental da área azinhal e de sobreiros que se estende desde Bruçó, no concelho de Mogadouro, até ao concelho de Miranda do Douro.

"Esta a falar de uma áreas de espécie arbóreas nobres que vai estendo por uma vasta área de terreno que preciso salvaguardar", enfatizou.

A equipa de sapadores florestais, de acordo com o autarca, ficará sediada em Mogadouro.

Segundo dados do Governo, inscritos no Diário da Republica, no ano de 2017 foram registadas a área do PNDI 15 ignições que afetaram uma área estimada de 400 hectares, da qual cerca de 30% "reunia "um elevado valor ambiental".

O PNDI inclui os troços fronteiriços do rio Douro e Águeda, bem como as superfícies planálticas confinantes pertencentes aos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta (Bragança) e Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda) e que se estende ao longo de mais de 120 quilómetros de extensão.
Foto: AP



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