Parque Natural Regional do Vale do Tua criou uma incubadora para apoiar novos projetos empresariais e os empresários que já estão instalados no vale transmontano a readaptarem-se à realidade imposta pela pandemia da covid-19.
A incubadora foi hoje apresentada, em Mirandela, resultado de um investimento de 30 mil euros do orçamento do parque, que se torna na primeira área protegida do país a promover uma iniciativa do género, como salientou o diretor, Artur Cascarejo.
Este parque é também o único a nível nacional com uma gestão local partilhada entre os cinco municípios e a EDP, e foi criado como contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua com o empreendimento elétrico a garantir o financiamento que vai sustentar este e outros projetos de empreendedorismo no território.
A incubadora irá ter instalações físicas nos cinco concelhos da área de influência, nomeadamente Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, mas arranca numa plataforma digital já disponível para receber propostas de eventuais promotores.
Os projetos nas áreas do ambiente, turismo de natureza e património serão apoiados por uma equipa técnica e uma empresa especializada parceira do parque, a Partnia, e encaminhados para financiamentos, nomeadamente a fundos comunitários.
O diretor, Artur Cascarejo acredita que este território tem condições para ali ser feito investimento e apontou as “mais de cem empresas” já criadas no âmbito dos programas de empreendedorismo desde a criação da área protegida, há seis anos.
Com a incubadora, o parque pretende agora apoiar aqueles que tiverem novas ideias de negócios e também todos os que já trabalham no território e queiram restruturar as empresas, nomeadamente para fazer face às dificuldades criadas pela pandemia covid-19.
O novo projeto tem vários parceiros, entre eles o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), com o qual assinou hoje um protocolo de colaboração.
A diretora regional do Norte do Instituto, Sandra Sarmento, entende que “estes são projetos vitais para os territórios” e para manter o património natural que caracteriza as áreas protegidas, sobretudo a riqueza paisagística.
“Para que possamos ter territórios com paisagens especiais tem e continuar a haver pessoas nestes territórios, nós temos de ter gente que nos ajude na conservação e contribuir para a fixação de gente nestes territórios”, afirmou.
Outro parceiro do parque neste projeto é a entidade regional Turismo Porto e Norte de Portugal, com o vice-presidente Inácio Ribeiro a definir como meta futura fazer chegar ao interior da região, nomeadamente a Trás-os-Montes, mais do que os 10% dos 5,5 milhões de turistas que anualmente visitam a Área Metropolitana do Porto.
A incubadora do Tua “é um excelente exemplo” para a secretária de Estado para a Valorização do Interior, Isabel Ferreira, que alertou para os constrangimentos ambientais que ao longo dos anos têm sido apontados como entraves ao desenvolvimento económico e social nas áreas protegidas.
No entender da governante, nestes contextos as regras “devem ser mais restritivas, mas não devem ser proibitivas de explorar os recursos existentes”.