O Parque Natural Regional do Vale do Tua, em Trás-os-Montes, iniciou o processo de certificação para tornar-se num destino “Dark Sky”, com o estatuto de reserva para observação dos astros, anunciou hoje o responsável.
O direto do parque, Artur Cascarejo, adiantou à Lusa que o Tua “quer ser a segunda reserva” do género, onde só o Alqueva, no Alentejo, tem esta classificação, que “está a ter um sucesso enorme” na vizinha Espanha, como indicou, à margem da entrega dos prémios do concurso para escolas "Junto à Terra".
O responsável explicou que o parque do Tua já fez deslocar ao território a equipa de peritos que faz a certificação deste produto para um primeiro estudo sobre as condições locais para observação do céu à noite.
“Felizmente no nosso território temos muitos pontos altos, temos aqui vários sítios, praticamente um por município, em que pode se feita essa observação”, garantiu, apontando como exemplos o Castro de Palheiros, São Lourenço, Serra dos Passos, entre outros.
A certificação para o estatuto de reserva “Dark Sky” abrangerá o conjunto de sítios existentes nos cincos municípios da área do parque, nomeadamente Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela, Alijó e Murça.
Segundo Artur Cascarejo, o processo para a candidatura vai ser iniciado e “demorará provavelmente um ano”. No final desse período, esta nova oferta turística deverá ser disponibilizada no Parque Natural do Tua.
“E também é um turismo que interesse porque eles (turistas) vêm à noite, têm pelo menos de dormir, descansam de manhã, no dia seguinte fazem percursos pedestres, noutro dia vão ver as aves, nós estamos no fundo a construir aqui um destino compósito de natureza”, afirmou.
O Parque do Tua é o único, em Portugal, com estatuto de regional gerido pelas entidades locais, nomeadamente os municípios.
A área protegida foi criada no âmbito do processo de construção da barragem de Foz Tua, e, nos últimos dois anos ganhou visibilidade com os percursos pedestres em todos os concelhos procurados por adeptos das caminhadas em trilhos nacionais e internacionais.
O parque está também a preparar uma nova oferta para observação de aves.
“A nossa lógica é, em vez de oferecermos à toa, sem saber se há procura, estamos a oferecer em função da procura que se nos dirige”, sublinhou o diretor.