A intenção de construir um novo parque de localização empresarial em Chaves ainda é do tempo dos socialistas. Aliás, foi ainda com Altamiro Claro na Câmara que parte do financiamento dessa infra-estrutura, cerca de um milhão de contos, foi \\"contratada\\" com o Governo no âmbito do Pacto Territorial do Alto Tâmega. E foi também no tempo dos socialistas que foi criada a sociedade que ficará encarregue da sua construção, gestão e promoção. Essa sociedade é a ChavesParque, cujo capital é detido em 60 por cento pela Sociedade Anónima Parque-Invest (sociedade promotora de parques industriais), em 30 por cento pela Câmara Municipal de Chaves, 5 por cento pela Associação de Desenvolvimento do Alto Tâmega (ADRAT) e igual percentagem pela Associação Empresarial do Alto Tâmega (Acisat).
O executivo do PS também já tinham escolhido o local onde iria ser criado esse parque empresarial: entre o actual parque industrial e a aldeia de Outeiro Seco. Uma área com 56 hectares, da qual já tinha sido feito o levantamento topográfico, mas que, no entanto, ainda não tinha sido negociada com os seus proprietários.
Essa escolha não vai, porém, ser aproveitada pelos sociais-democratas, que entendem que o espaço eleito pelos seus antecessores era \\"demasiado pequeno\\" para o número de pedidos de instalação empresarial já existentes. Segundo João Baptista, \\"nesta momento, os pedidos de instalação na futura zona industrial que estão na Câmara já rondam os 100 hectares\\". Ou seja, \\"a área requerida já é quase o dobro da disponível no local escolhido pelo PS\\", constatou o autarca, para acrescentar: \\"como é impossível expandir esse espaço [o proposto pelo PS] por causa de este estar limitado pela passagem do futuro IP3, só nos restava escolher outro local\\".
A alternativa do PSD, aponta agora para a área que começa à saída de Outeiro Seco e se prolonga até à estrada de Vila Meã (Campo Queimado) e abrange uma área superior a 800 hectares, sobre a qual já foram lançadas medidas de prevenção, ou seja, já nada pode ser construído dentro do seu perímetro. No entanto, apesar da Câmara salvaguardar a possibilidade de expansão do parque mantendo aquela área \\"cativa\\", numa primeira fase a zona de localização empresarial só irá avançar num lote de 200 hectares.
Mas a exiguidade do sítio previsto pelos socialistas não é o único argumento que o autarca utiliza para justificar o seu abandono. João Baptista lembra outro \\"inconveniente\\": a impermeabilização daquele espaço iria provocar infiltrações na ribeira da Torre, o que, na sua opinião, em anos mais chuvosos, poderia vir a originar inundações em Outeiro Seco, que é atravessada pelo ribeiro. Segundo João Baptista, essa situação não se irá verificar na nova localização, pois as águas escorrerão directamente para o rio Tâmega, que comporta uma caudal muito maior.
O autarca aponta ainda \\"outras vantagens\\" da nova escolha: \\"o preço dos terrenos é mais barato\\" e, além disso, acrescenta, será preciso fazer menos movimentações de terra.
No seguimento desta alteração de localização, a Câmara já negociou com a construtora do IP3 um nó de acesso exclusivo à futura zona industrial. Nó esse que irá também dar acesso a uma área de serviço, cuja construção anteriormente não estava prevista.