A Casa do Douro é uma questão incontornável para os candidatos dos maiores partidos que concorrem às legislativas por Vila Real e que garantem esforços para resolver os problemas da dívida e salários em atraso.

Com sede no Peso da Régua, a Casa do Douro (CD) representa cerca de 40 mil vitivinicultores da Região Demarcada do Douro, mas debate-se com uma dívida de 110 milhões de euros e mais de um ano de salários de atraso para os trabalhadores do quadro privado da instituição.

O Governo PS apresentou um acordo em que propunha a entrega dos vinhos empenhados da CD ao Estado para a regularização da sua dívida e um adiantamento de 1,3 milhões de euros ao organismo duriense para apoiar no pagamento dos ordenados em atraso.

O acordo nunca foi aprovado pelo Conselho Regional de Vitivinicultores. O cabeça de lista do PS pelo distrito de Vila Real, Pedro Silva Pereira, referiu que as negociações com o organismo duriense estão suspensas, mas disse esperar ainda que a proposta apresentada \"venha a ter um acolhimento favorável\".

\"O Governo apresentou propostas à CD para resolver o problema da sustentabilidade e espera que essas propostas possam vir a ter um desenvolvimento favorável, porque isso também seria muito importante para a região\", salientou.

E se o PSD for Governo, Passos Coelho, que encabeça a lista pelo distrito, já disse que a primeira coisa que fará é sentar-se à mesa das negociações com a CD.

Sem se comprometer com propostas, Luís Ramos, segundo na lista do PSD, referiu que é preciso \"encontrar uma solução o mais rápido possível\" para resolver o \"imbróglio\" que se instalou na mais antiga região demarcada do mundo, considerando que a instituição ainda tem \"futuro\".

Já há muito que a CDU denuncia o \"roubo\" de competências e de património ao organismo duriense.

Manuel Cunha, cabeça de lista pelos comunistas no distrito, defende o pagamento das indemnizações compensatórias resultantes da retirada de funções, a recuperação do cadastro, da capacidade de regularização, em situações de excedentes de vinhos, bem como a retoma da eleição direta da direção da CD pelos vitivinicultores.

Irina Castro, do Bloco de Esquerda, salientou que a situação dos trabalhadores da CD tem de ser \"rapidamente solucionada\".

Para isso, o BE diz que é preciso proceder ao pagamento da verba devida pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) à CD ou que seja realizado um adiantamento das verbas a integrar no plano de resolução da dívida da instituição ao Estado.

Pelo CDS-PP, Joana Rapazote, acusa o Governo PS de responsabilidade no \"impasse\" instalado no Douro, salientando ainda a \"questão dos vinhos cuja valorização está a gerar grande discórdia entre a CD e o Governo\".

Os populares defendem que este ponto \"merece ser aprofundado e dever-se-á chegar a um acordo rápido, com cedência de ambos os lados\", bem como uma \"clarificação dos estatutos e competências\" da CD. Trata-se uma instituição privada mas de inscrição obrigatória.



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Joaquim Chissano presente

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