Nos primeiros dias as pessoas assustaram-se com os voos dos caças F15 e F16 patrulhando os céus a baixa altitude por vezes e telefonaram às autorida des locais, mas ficaram satisfeitas ao saber que assim estão mais seguras, ainda que por vezes não possam dormir.
O patrulhamento do nordeste é assegurado pelo 102º Fighter Wing, estacionado na base aérea Otis da Guarda Nacional, em Bourne, no Cape Cod. Dia 11, quando os controladores de voo do aeroporto Logan, em Boston, se aperceberam de que tinham sido desviados dois aviões, dois caças F15 descolaram da base Otis, mas era demasiado tarde para tentar impedir que atingissem o World Trade Center.
Segundo um porta-voz da base, qualquer ordem para abater os aviões teria que partir do North American Aerospace Command (NORAD), que só foi alertado 10 minutos antes do aparelho da American Airlines ter embatido no WTC.
A aparente facilidade com que dez terroristas armados com navalhas se apoderaram dos dois aviões (e tinham previsto desviar um terceiro, mas atrasaram-se e não conseguiram entrar), levantou sérias dúvidas sobre a segurança do aeroporto de Boston que ainda não estão suficientemente esclarecidas.
Depois do encerramento do espaço aéreo durante vários dias (o primeiro na história do país), o aeroporto Logan reabriu e o movimento ainda não atingiu a média anterior de 1.300 voos diários, mas está a voltar à normalidade com a segurança reforçada.
Mais de 150 agentes da Polícia Estadual e armados com metralhadoras automáticas patrulham o aeroporto. Os U.S. Marshals, os agentes da Border Patrol e outras polícias redobraram vigilância nos locais de embarque e podem exigir a identificação de passageiros que levantem suspeita.
Os passageiros passaram a ter que se apresentar no aeroporto três horas antes do embarque, as bagagens têm que ser despachadas pelo próprio passageiro, mas estas exigências são aceites por todos uma vez que significam segurança, A possibilidade de uma nova vaga de atentados terroristas — que poderiam ter começado sábado passado — levaram o secretário de Justiça, John Ashcroft, a telefonar na passada quinta-feira à governadora de Massachusetts, Jane Swift e ao mayor de Boston, Tom Menino.
Os investigadores tinham interceptado um telefonema em língua arábica com informações sobre planos de uma viagem a Boston e o diálogo pareceu ameaçador inicialmente ameaçador, mas uma segunda tradução foi mais tranquilizadora.
Ainda assim, Boston e outras grandes cidades eforçaram a segurança. O Serviço Nacional de Parques, por exemplo, ergueu barreiras de cimento em redor do veleiro Constitution, o mais velho navio de guerra do mundo, que está hoje fundeado em Charlestown. O veleiro é visitado diariamente por mais de 5.000 pessoas e é uma das atracções turísticas de Boston.
Uma unidade de 120 reservistas da Coast Guard, a PSU 307, baseada em St. Petersburg, Fla., chegou a semana passada a Boston com sete barcos de 25 pés equipados com metralhadoras pesadas para patrulhar os portos da área de Boston.
Não há nenhuma ameaça concreta contra Boston ou qualquer outra cidade de Massachusetts, mas ninguém quer ser surpreendido e, prevenindo possíveis ataques com armas químicas, foi reforçado o policiamento dos reservatórios de água de abastecimento público.
Os atentados costumam ter lugar em locais com muito público e por isso foi reforçada a segurança durante os jogos dos Patriots no Foxboro Stadium, embora não exista nenhuma ameaça concreta contra a equipa.
A única hipótese de combater o terrorismo é prevenir e nunca facilitar.
A semana passada alguém tentou roubar um carro de incêncio num quartel dos bombeiros de Boston, o assalto gorou-se e desconhece-se qual era o propósito, mas desde então todos os quarteis de bombeiros de New Bedford têm reforçado a segurança.
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