A Direcção da Organização Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro (DORT) do Partido Comunista Português manifestou-se favorável à realização de um Congresso de Trás-os-Montes, "que congregue vontades e seja representativo das autarquias, da comunidade científica, das organizações económicas, sindicais, sociais, culturais e políticas da região".
E considera que três décadas depois da instauração e institucionalização da democracia, só não foi possível realizar um congresso sobre Trás-os-Montes porque os partidos políticos dominantes da região têm demonstrado "ser mais defensores do centralismo do que da descentralização".
O PCP responsabiliza o "bloco central alargado" - PS/PSD/PP - pela crescente desertificação e baixos níveis de desenvolvimento da região, bem como pelo facto de até hoje não se ter efectuado um evento que permitisse discutir e aprovar as grandes linhas do futuro desenvolvimento de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Ao mesmo tempo que responsabiliza "as manobras dilatórias" de responsáveis nacionais do PS, "onde se destacam Vítor Ramalho e Ricardo de Magalhães, ao pretenderem impor à região um pseudo congresso no próximo mês de Setembro (data limite de entrega das listas para as eleições autárquicas), à margem dos municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro e da sua associação, sem terem sido criadas condições mínimas de representatividade e de êxito desta iniciativa".
"Perante mais esta tentativa de reforço do centralismo caprichoso e obsoleto, mesmo que a coberto da Casa de Trás-os-Montes de Lisboa", a DORT do PCP exige que os órgãos distritais de Bragança e de Vila Real do PS esclareçam se estão ou não envolvidos "nesta golpaça neocolonialista, votada ao fracasso como foi o recente Fórum da Iniciativa Económica de Trás-os-Montes".
Os comunistas transmontanos apelam, por outro lado, que se dê início à preparação do Congresso de Trás-os-Montes, mas a realizar no ano 2002, "e cuja comissão organizadora terá de ser minimamente representativa do poder local e da comunidade científica, bem como das organizações económicas, sindicais, sociais, culturais e políticas da região"
Segundo o PCP, no referido congresso, a Associação de Municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro, "pelas suas características intrínsecas de legitimidade democrática, meios logísticos e financeiros, deverá ter "o papel dinamizador".