A entrada em funcionamento do centro de cirurgia de ambulatório no hospital de Mirandela poderá duplicar o número de cirurgias feitas no Nordeste transmontano, onde o tempo médio de espera por uma operação aos olhos é de 120 dias.
O presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório, Fernando Araújo, referiu ontem, durante uma visita à unidade hospitalar de Bragança, que estão criadas condições para que o centro hospitalar \"consiga elevar, e muito,\" o número de cirurgias em regime de ambulatório.
No centro de cirurgia de ambulatório de Mirandela, foram investidos mais de dois milhões de euros para criar condições que serão \"excelentes\", garantiu o presidente do Conselho de Administração do CHNE, Henrique Capelas.
Segundo dados do CHNE, em 2006 foram operados 6772 doentes, dos quais 4794 em cirurgia programada; o ambulatório apenas foi utilizado em 15% dos casos. Para 2008, há já 2146 utentes a aguardar cirurgia. Parte destes poderá ser operada em regime de ambulatório, visto que, este ano, o CHNE gostaria de atingir uma meta de 2000 cirurgias, uma vez que dois terços das cirurgias ocorreram no âmbito da cirurgia de ambulatório. Henrique Capelas acredita que há potencial para \"reduzir substancialmente\" as listas de espera.
Um dos maiores constrangimentos a este tipo de cirurgia - em que os doentes vão para casa no próprio dia ou no seguinte - são as grandes distâncias entre os concelhos do distrito, em alguns casos superiores a 130 quilómetros.
Pediatria em Mirandela
O serviço de Pediatria vai manter-se em Mirandela, garantiu, ontem, Capelas \"As especialidades só funcionarão se houver médicos suficientes\", disse. No caso da Pediatria, \"houve um problema com a ausência prolongada de um médico, mas a questão da falta de médicos não foi colocada\", esclareceu. A Administração não tem nada previsto para reorganizar, neste momento, o serviço de Pediatria: \"Foram feitos reajustes nas escalas de urgências, consultas e internamento\", disse. O CHNE tem seis pediatras e gostaria de contratar mais, \"venham eles que contratamo-los amanhã\", disse Capelas.
