A Cáritas de Vila Real disse hoje que os pedidos de ajuda “duplicaram” relativamente ao período anterior à pandemia e que as famílias solicitam apoio para a alimentação, mas também para pagar despesas fixas e medicamentos.

Carlos Martins, da Cáritas Diocesana de Vila Real, afirmou à agência Lusa que, até março de 2020, antes da crise pandémica, a instituição acompanhava uma média de 1.000 agregados familiares por mês espalhados pelo distrito, que corresponde à área de intervenção da instituição. Quase um ano depois, são cerca de 1.300 as famílias acompanhadas.

No entanto, segundo o responsável, “houve um aumento de mais do dobro de pedidos de ajuda à Cáritas por parte das famílias”.

Carlos Martins especificou que “os principais pedidos de ajuda são para a alimentação, mas também para pagar a renda, eletricidade, gás e também de medicação”. 

“E aqui na medicação há um dado que nos preocupa, é que esta medicação já não é para adultos, mas é para menores. Isto é, parece-nos que a situação já é tão grave que as famílias, os pais, já não têm dinheiro para comprar medicação para os filhos”, referiu.

O responsável especificou que a Cáritas desenvolve um Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas, através do qual são distribuídos géneros alimentares e que apoiava, até março, 397 beneficiários.

Depois de abril, esta resposta foi duplicada e a instituição passou a apoiar 794 beneficiários, numa média de cerca de 300 agregados familiares. 

“Os pedidos de ajuda mais do que duplicaram e a nossa reposta também duplicou, no sentido de dar resposta a essas solicitações”, sustentou.

Já no serviço de emprego, integrado no programa CLDS (Contratos Locais de Desenvolvimento Social), que está a ser desenvolvido pela instituição, foram feitos “mais de 200 atendimentos” desde junho.

Carlos Martins especificou que são, maioritariamente, pessoas com uma média de idades entre os 35 a 40 anos, que ficaram desempregados e estão à procura de emprego. 

O responsável disse que se pode fazer a ligação deste desemprego com as consequências da pandemia, apontou setores mais afetados como a hotelaria e restauração, e mostrou-se preocupado com o novo confinamento.

“Aquilo que os peritos dizem é que estes efeitos económicos e sociais da crise vão agravar-se nos próximos tempos. E nós estamos à espera disso e temos noção real disso com os pedidos que diariamente nos chegam”, frisou.

Em Portugal, morreram 13.482 pessoas dos 748.858 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortos resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

PLI // ACG



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