Em 1976, quando os Estados Unidos fizeram valer os direitos nas suas 200 milhas de águas territoriais, New Bedford tornou-se o primeiro porto piscatório do país e ostentava ainda esse título em 2000, com capturas de 146 milhões de dólares.
Mas o peixe começou a escassear no mar e, quando isso acontece, são os pescadores quem sofre. Para permitir a reprodução de espécies ameaçadas de extinção, o governo federal iniciou um programa de compra e abate de embarcações, proibiu a pesca no enorme George’s Bank e reduziu a faina para cerca de uma centena de dias de trabalho por ano.
Menos pesca significa menos dinheiro, mas os pescadores continuaram a fazer-se ao mar na esperança de melhores dias, mas o ano passado a juíza federal Gladys Kessler resolveu dar ouvidos a um grupo ecologista preocupado com a sobrevivência do bacalhau e determinou uma nova redução de 20 por cento no número de dias no mar.Significa que cada barco pode pescar apenas 70 dias por ano e a actividade deixa de ser economicamente viável.
Os pescadores de Gloucester e Point Judith protestaram de imediato e, a semana passada, a juíza Kessler concordou numa solução de compromisso entre os ambientalistas e os pescadores, mas ainda assim New Bedford resolveu maniestar-se também domingo, no Fort Taber.
Convocada pelos Fisheries Survival Fund, Shore Support e Trawler Survival Fund, a manifestação atraiu cerca de 500 pessoas.
Enquanto cerca de 40 embarcações desfilavam no mar, usaram da palavra o congressista Barney Frank, mayor Frederick M. Kalisz, deputados António Cabral, John F. Quinn e William Straus, Paul Diodoti, presidente da divisão estadual de pesca marítima e Brian Rothschild, do laboratório marinho da UMass Dartmouth.
Mais do que manifestação de protesto, foi uma demonstração de união, conforme disse Rodney M. Ávila, um veterano de 50 anos no porto de New Bedford e que admite nunca ter visto a classe piscatória tão unida.



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