A Petição em defesa da “completa requalificação e reabertura da Linha Ferroviária do Douro até Barca d’Alva e Espanha”, lançada em junho de 2019, e que foi subscrita por mais de 13 500 pessoas, vai ser entregue hoje ao Presidente da Assembleia da República durante a audiência concedida à presidência da CIMDOURO, Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, Fundação Museu do Douro e entidades da Região do Norte.
A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM) e a Fundação Museu do Douro lançaram em junho uma petição pública que reclama a "completa requalificação e reabertura da Linha do Douro".
Tendo sido definido como objetivo inicial a recolha das 4 000 assinaturas necessárias para que a petição fosse discutida no Parlamento, o documento superou largamente essa meta, o que garante que agora vai ser discutido pelos deputados da Assembleia da República e que o assunto Linha do Douro regressará à ordem do dia do País.
Entre os argumentos que demonstram a importância estratégica nacional da infraestrutura Linha Ferroviária do Douro, são apontados a sua relevância no contexto da classificação do Douro como Património Mundial pela UNESCO, o contributo direto para a dinamização da economia e consequente fixação de população, a garantia de maior atividade turística e a promoção de uma vertente transfronteiriça que interessa a Portugal, Espanha e à Europa. Razões que levaram a que a Linha do Douro fosse considerada estratégica para os 19 concelhos da CIM Douro e esta Comunidade a incluísse no documento macro “Douro 2030 – Estratégia para uma Década”, remetido em 2018 à União Europeia, e indicada para constar no Programa Nacional de Investimentos (PNI).
Contudo, o Governo português decidiu não incluir esta infraestrutura na versão intermédia do PNI 2030, pese embora seja uma certeza que a União Europeia defende e apoia investimentos transnacionais na ferrovia e, concretamente, a ligação de qualidade de comboio de Portugal a Espanha e ao resto da Europa.
Foi precisamente essa uma das ideias sustentadas pela Liga de Amigos, pela Fundação Museu do Douro, por diversas entidades da região Norte, e apoiada pela CIM Douro, que lançaram a Petição que enumerava um conjunto vasto de argumentos para que a ferrovia seja entendida como essencial à economia e ao turismo do Douro e da Região. O texto da petição lembra mesmo que “a requalificação da Linha do Douro poderá ser vetor fundamental no turismo na região por ligar quatro patrimónios da Humanidade: o Porto, o Alto Douro Vinhateiro, Foz Côa e Salamanca”.
Com a entrega da petição na Assembleia da República, abre-se uma importante janela de esperança para que a Linha do Douro seja inscrita no PNI 2030 ou em outro instrumento público adequado, e seja reaberta, requalificada e modernizada em toda a sua extensão.