O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) questionou o Governo sobre “falhas frequentes” no fornecimento de energia elétrica em Vila Pouca de Aguiar, mas a distribuidora E-Redes adiantou hoje à Lusa que em 2020 realizou investimentos de 670 mil euros.
Numa pergunta dirigida ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o grupo parlamentar “Os Verdes” interrogou o porquê de “falhas frequentes no fornecimento de energia elétrica em Vila Pouca de Aguiar”, no distrito de Vila Real, referindo que, as mesmas, “têm gerado descontentamento com a qualidade do serviço prestado”.
O PEV questionou também se “foram identificadas necessidades ao nível do reforço, melhoria e adaptação das estruturas e sistemas que integram a rede de distribuição de energia elétrica existente no concelho de Vila Pouca de Aguiar por forma a garantir a fiabilidade e qualidade do serviço prestado” e se, “nesse sentido, estão previstos planos de expansão e de investimento das infraestruturas elétrica, ou outras intervenções de natureza técnica”.
Em resposta à agência Lusa, fonte oficial da E-Redes salientou que a distribuidora tem “realizado investimentos na rede elétrica no concelho de Vila Pouca de Aguiar, nos seus diversos níveis de tensão, de forma a melhorar a fiabilidade e a qualidade de serviço prestado”.
“A título de exemplo, refere-se que só em 2020 esse valor ascendeu a cerca de 670 mil euros e, para 2021, a expetativa da empresa é superar este montante. Em termos de obras estruturantes, salienta-se a intervenção que está em curso na linha de Média Tensão, que liga a subestação de Vidago até Vila Pouca de Aguiar, e que se irá traduzir numa melhoria significativa no fornecimento de energia da zona”, concretizou.
No nota de imprensa, “Os Verdes” questionaram se o ministério tem conhecimento de “falhas e/ou quebras frequentes no fornecimento de energia que afetam o concelho de Vila Pouca de Aguiar” e se em caso afirmativo “pode o Governo esclarecer qual a origem e o motivo de tais anomalias”.
E ainda se a tutela tem “conhecimento da existência de prejuízos materiais e económicos para os consumidores, decorrentes de incidentes com o fornecimento de energia elétrica e/ou de atrasos na sua reposição na área norte” daquele concelho nos últimos dois anos.
“Quantas ações de fiscalização, testes de carácter técnico, auditorias ou inspeções foram realizadas por parte das entidades do setor elétrico no sentido de verificar a qualidade do serviço prestado pelo(s) operador(es)?”, pode ler-se na nota de imprensa.
“Os Verdes” sublinharam ainda que segundo informações posteriormente confirmadas na região são “relatadas falhas frequentes, particularmente em períodos de trovoadas e que afetam sobretudo a parte norte do concelho”.
“Contudo a ocorrência destas falhas nem sempre coincide com este fenómeno atmosférico, relatando os moradores anomalias que ocorrem com chuva ou vento, mesmo perante fenómenos climatéricos de ligeira intensidade, e não estando a população informada sobre os motivos que originam tais anomalias”, realçam, acrescentando que “às frequentes falhas de fornecimento de energia, estão associadas demoras significativas na retoma do fornecimento e queixas de falta de informação prestada aos consumidores”, referem.
Sobre a qualidade do serviço, a E-Redes lembrou que “a maioria da rede elétrica do concelho é aérea, o que a torna mais exposta às condições climatéricas”, apontando fenómenos meteorológicos como a depressão Hortense em janeiro e as descargas atmosféricas em junho, que “criaram algumas perturbações ao normal funcionamento do sistema”.
“Ainda assim, constata-se que os indicadores de desempenho da qualidade de serviço evidenciam uma melhoria no primeiro semestre, quando comparado com o anterior, tendência que se espera manter com os investimentos previstos na região”, asseguraram ainda.
“A E-Redes tem sistemas de monitorização em tempo real da rede elétrica, bem como estruturas operacionais no terreno, que asseguram uma resposta pronta aos incidentes que são registados”, concluiu.