Milhares de espetadores marcaram presença em Valpaços num dos circuitos urbanos mais icónicos do norte do país, onde 40 pilotos lutaram nas categorias de 50 e 80 cm3 pelo primeiro lugar.
Integrado nas Festas da Cidade em honra de Nossa Senhora da Saúde, decorreu no passado sábado, dia 3 de setembro, o 61º Circuito de Velocidade de Valpaços.
Com 90 inscritos inicialmente e duas categorias disponíveis, 50 e 80cm3 de cilindrada, depois do contrarrelógio restaram, apenas, 20 pilotos em cada uma das duas corridas realizadas no mesmo dia.
Em pleno circuito urbano, os pilotos eram, na sua maioria, oriundos de todo o Portugal. Contudo, em Valpaços estiveram, também, alguns pilotos espanhóis, que conferiram a esta prova um caráter internacional e que obtiveram excelentes classificações no decorrer das duas corridas, inclusive, um primeiro lugar, nas 80cc, conseguido por Angel Dominguez.
Já nas 50cm3 e após uma luta acesa no grupo da frente, o português Romeu Leite conquistou o lugar cimeiro da classificação, tendo sido, também, o autor da volta mais rápida da corrida. “Identifico-me muito com este circuito e tenho sido feliz aqui ao longo dos anos. Já arrecadei aqui algumas vitórias e este ano foi mais uma e estou muito feliz por mim e pela minha equipa, pois trabalhámos muito para esta vitória”, revelou o piloto, no final da prova.
Com a organização a cargo do MotoCruzeiro de Bragança, em parceria com a Câmara Municipal de Valpaços, esta tem-se revelado uma colaboração de sucesso comprovada mais um ano pela elevada adesão de pilotos a uma prova anual que já é um marco na região transmontana.
Em conversa com o Diário de Trás-os-Montes, Francisco Vara elogiou o trabalho que a autarquia tem vindo a desenvolver relativamente ao circuito, mas alega que algumas alterações terão de ser feitas no sentido de ser possível organizar melhor o tempo, que é escasso, dado o elevado número de pilotos.
“Este ano houve um número excessivo de inscritos, o que trouxe algumas dificuldades para a organização no sentido de fazer uma linha de partida para a própria corrida, pois há que eliminar muitos pilotos”, esclareceu o presidente do MotoCruzeiro e diretor de prova do Circuito de Valpaços, que levou de Bragança cerca de 30 pessoas para o ajudarem com toda a logística necessária.
“Houve 94 pilotos inscritos, mas depois faz-se um treino cronometrado e só os 20 melhores em cada categoria, 50 e 80cm3, é que passam para a grelha de partida”, informou o principal responsável pelo evento de duas rodas.
Na opinião do diretor de prova, é necessário limitar o número de inscritos e cortar nos prémios pecuniários até ao 15º lugar, que é o que, atualmente, acontece. “A autarquia investe bastante e atribui prémios de participação em dinheiro até ao 15º lugar, taças até ao 5º lugar e a Câmara terá de fazer uma análise e de perceber se faz sentido porque é um número elevadíssimo de participantes e como são circuitos citadinos não podemos ter uma grelha acima dos 20 pilotos”, defendeu Francisco Vara, para quem a participação massiva de pilotos e a consequente falta de tempo, esticou a organização até ao limite.
Críticas construtivas à parte, este foi, sem dúvida, um dia de corridas que tão cedo não sairá da memória dos valpacenses, amantes de duas rodas e visitantes que, em ambiente de festa popular, acudiram em massa ao apelo da autarquia enchendo as principais artérias da cidade ao redor de um circuito que, dentro das corridas urbanas, é dos mais antigos e consagrados de Portugal.
Créditos das fotografias: José Conveniente