Neste momento, o valor dos subsídios no âmbito das indemnizações compensatórias, até cinco hectares, varia consoante a agricultura seja uma actividade principal ou secundária. Mas em breve, irá deixar de ser assim. A título principal ou parcial, os agricultores passarão a receber pelo mesmo nível. Esta \"novidade\" faz parte de um conjunto de medidas que o Governo está a preparar para os sectores da agricultura e da floresta, que irá ser apresentado pelo próprio primeiro ministro. No entanto, o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, acabou por levantar o véu sobre algumas dessas medidas, durante a cerimónia de comemoração dos 50 anos da Cooperativa Agrícola de Boticas, na sequência de um comunicado enviado pela Câmara à comunicação social a propósito da vinda do ministro a este concelho e onde estava escrito que o governante iria anunciar \"importantes medidas para o sector florestal\".

De uma forma geral, segundo Sevinate Pinto, as medidas que estão a ser preparadas pelo Ministério da Agricultura pretendem \"simplificar\" os instrumentos de apoio já existentes para estes dois sectores, no sentido de os tornar mais \"eficazes\". A título de exemplo, o governante lembrou que vão acabar as inúmeras burocracias que agora são necessárias para reflorestar terras agrícolas até 20 hectares. \"Quando forem aprovadas as revisões que estão a ser programadas, bastará ao agricultor mostrar que plantou as árvores, sem mais complicações\", explicou o ministro. Ainda a este propósito e no sentido de aumentar o \"ritmo\" da reflorestação, Sevinate Pinto anunciou também que, para aumentar a \"rapidez\" na aprovação de projectos, vai ser possível fazê-lo sem ser no Ministério da Agricultura.

O ministro anunciou ainda mudanças no que diz respeito à gestão de baldios, referindo que \"os compartes terão uma maior flexibilidade\" na sua gestão. E prometeu definir um \"dono político\" para o sector das florestas, através de uma \"melhor articulação entre ministérios\".

No entanto, apesar das mudanças, o governante referiu que \"os homens e as mulheres de Barroso não podem contar com uma vida fácil para o futuro\", lembrando que \"a agricultura vive um momento complicado a nível europeu e mundial\".

Cooperativa cumpriu 50 anos

A Cooperativa Agrícola de Boticas foi fundada em 1952. Nessa altura, à semelhança de outras agremiações da região, estava essencialmente ligada ao escoamento da batata. Hoje, com os seus 27 funcionários, embora mantenha essa função, tem outras preocupações. Além do sector responsável pela comercialização da carne barrosã, com Denominação de Origem Protegida, tem também uma secção dedicada ao mel do Barroso. E em breve poderá estender o seu raio de acção ao fumeiro certificado, um projecto que está a desenvolver.

Na mira da Cooperativa Agrícola de Boticas está também a criação de uma loja de produtos de qualidade. Um espaço que, segundo o presidente da agremiação, Albano Alvares, ficará situado \"estrategicamente\", para que os que visitam o concelho possam comprar os produtos típicos da região.

O dia de aniversário foi aproveitado para condecorar dezenas de associados. Além do ministro da Agricultura, assistiram à cerimónia o director regional de Agricultura de Trás-os-Montes, bem como vários representantes de outras cooperativas congéneres da região e representantes de Câmaras Municipais limítrofes. Em representação do PCP esteve Agostinho Lopes, membro do Comité Central do Partido Comunista e ex-deputado. Depois dos discursos, teve lugar um almoço onde estiveram presentes cerca de 1.500 pessoas, a maioria dos quais associados da Cooperativa. Foram servidos 450 litros de feijoada e carne assada na brasa de três vitelas do Barroso.



PARTILHAR:

PSP também sofreu prejuízos

Encontro de idosos cancelado