O Pinhão, localizado junto do rio Douro, em Alijó, é considerado um "bom sítio" para investir por parte de empresários que, no entanto, lamentam os constrangimentos provocados pelo trânsito caótico e pela falta de estacionamento e de investimento público.

"A nível da natureza, tem tudo o que nós precisamos para evoluir, falta-lhe o resto, aquilo que o homem tem que fazer com as suas próprias mãos. Já tem alguma coisa, mas ainda falta muito", afirmou à agência Lusa André Rodrigues, que trabalha na tasca e mercaria 'Ó Porco', que abriu na avenida António Manuel Saraiva, há cerca de três meses.

André é natural do Pinhão, localizado no coração do Douro Património Mundial, no distrito de Vila Real, e garantiu que "este é um bom sítio para investir".

Nesta vila residem cerca de 700 pessoas e aqui chegam, todos os anos, milhares de turistas de barco, comboio ou de carro.

As principais atrações são a estação de caminho-de-ferro e os seus painéis de azulejo, os passeios de barco pelo rio Douro e as visitas às adegas e quintas produtoras de vinho, que investiram milhões de euros em novos centros de visitação.

André Rodrigues elencou como principais constrangimentos deste polo turístico "a falta de estacionamento e de oferta a nível de restauração e de alojamento", principalmente na época alta, em agosto e setembro, mês de vindimas no Douro.

Na loja onde trabalha recebe turistas provenientes de diferentes países, desde a França, Estados Unidos da América, Canadá ou Brasil.

"O nosso objetivo são as comidas e as bebidas e, acima de tudo, promover os produtos portugueses, como vinhos, conservas, compotas, enchidos, queijos, cerveja artesanais. Entram aqui, podem comer, beber e levar um souvenir", salientou, ao mesmo tempo que preparava sandes de presunto para a hora do almoço.

Na zona do cais, está instalada a Companhia Turística do Douro, operadora turística que realiza passeios de barcos rabelos.

"O negócio está a correr bem. Em agosto os nossos principais clientes são os emigrantes, mas também continuamos a ter muitos ingleses, americanos ou franceses", afirmou António Ramos.

Também este empresário considerou o Pinhão como "um bom sítio para investir" e ressalvou a necessidade de "melhorar as infraestruturas".

"O principal constrangimento é o estacionamento. Além disso tem uma rua, a António Manuel Saraiva, que há 30 anos precisa de ser melhorada. Tem muitos cabos aéreos que também deviam desaparecer", frisou.

É nesta avenida que Lurdes Rodrigues possui uma loja de recordações e de produtos regionais. "Aqui somos como a formiga, temos que trabalhar de verão para comermos de inverno", sublinhou.

Aqui instalada há 34 anos, a empresária observou que cada vez há mais turistas na vila que, no entanto, "continua a mesma coisa".

"O principal problema é o trânsito e os esgotos, é um cheiro horrível que as pessoas não podem estar aqui e quando há uma tromba de água, é o castigo das cheias, da água e lamas que entram nas lojas", referiu.

E continuou: "Temos dias em que o trânsito chega a ficar às meias horas para saírem daqui, só deste largo em frente à estação. Um autocarro para aqui para deixar os passageiros, depois outro autocarro para do lado de lá e fica aqui uma fila que não se consegue passar".

O turismo é, para a presidente da Junta de Freguesia do Pinhão, Sandra Moutinho, "o futuro", porque pode ajudar a atrair mais investimento e a fixar a população, nomeadamente os mais jovens.

"O pinhão tem crescido em operadores turísticos, a nível de restaurantes e hotelaria", frisou.

O turismo é importante tal como é, afirmou, a qualidade de vida dos residentes.

Por isso mesmo, a autarca elencou a necessidade urgente de uma intervenção na vila, para colmatar os constrangimentos de trânsito, estacionamento e a deficiente rede de infraestruturas básicas, em termos de águas pluviais e de saneamento básico.

Neste sentido, o município de Alijó está a preparar um plano de intervenção integrado, que tem como base a requalificação da principal artéria, a avenida António Manuel Saraiva, que representa um investimento de quatro milhões de euros e poderá arrancar em 2019.



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