O pintor e professor Gil Teixeira Lopes morreu hoje, em Lisboa, aos 86 anos, confirmou à agência Lusa fonte da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), onde lecionou durante mais de três décadas.

Autor de uma extensa obra neofigurativa e abstrata em pintura, gravura e escultura, no seu percurso artístico constam centenas de exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro.

Nascido em Mirandela, em 1936, Gil Teixeira Lopes fez os estudos artísticos iniciais na Casa Pia de Lisboa, e foi depois bolseiro da Academia Nacional de Belas-Artes e da Fundação Calouste Gulbenkian em Espanha, França, Itália e Inglaterra.

Somou mais de 30 prémios e distinções, nomadamente na Bienal de Florença de 1970 e 1972, na Bienal de Cracóvia de 1971, na Bienal de Seoul de 1972, na Bienal de S. Paulo em 1973, na Bienal da Noruega em 1972, 1984 e 1986, e na Bienal do México em 1980, segundo uma nota biográfica da FBAUL colocada ´online´.

A sua obra está representada em coleções nacionais e estrangeiras, como as da Fundação Calouste Gulbenkian, da Biblioteca Nacional de Paris, em França, do Museu do Vaticano, em Itália, do Museu do Bronx em Nova Iorque, da Biblioteca do Congresso em Washington, os Estados Unidos, e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Brasil.

Na mesma nota, a FBAUL “lamenta profundamente” a morte do artista plástico e professor catedrático de pintura, que ali lecionou de 1960 até 1995, passando ainda por diversos cargos de gestão.

A faculdade recordou o seu “papel decisivo na consolidação da área de gravura como conjunto aberto de meios”, dirigindo um núcleo de investigação precursora no Centro Nacional de Calcografia e Gravura.

“Professor empenhado, exigente e, para muitos, polémico, enfatizava a importância do trabalho disciplinado, perseverante e experimentalista na fundamentação dos discursos artísticos consequentes”, sublinhou a faculdade.

Gil Teixeira Lopes foi condecorado em 1987 pela Presidência da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo seu mérito internacional.

Foi também membro interveniente da Gravura (Cooperativa dos Gravadores Portugueses), da Sociedade Nacional de Belas Artes e da Academia Nacional de Belas Artes, integrando inúmeros júris em Portugal e no estrangeiro.

A mesma fonte da FBAUL indicou à Lusa que o velório de Gil Teixeira Lopes está marcado para as 15:30 de sábado, na capela da Igreja dos Jerónimos, em Lisboa, e o funeral decorrerá no domingo, pelas 12:00, no crematório do Cemitério dos Olivais.

 

Presidente da República recorda "espírito criativo e persistente"

 

O Presidente da República lamentou hoje a morte do artista plástico e professor Gil Teixeira Lopes, recordando "o seu espírito criativo e persistente" e destacando a sua "intensa e rica carreira no ensino das artes plásticas".

Gil Teixeira Lopes morreu hoje, em Lisboa, aos 86 anos, confirmou à agência Lusa fonte da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde lecionou durante mais de três décadas.

Numa mensagem de pesar publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa enviou condolências à família de Gil Teixeira Lopes, a quem se refere como "ilustre professor" e artista com reconhecimento internacional.

"Gil Teixeira Lopes distinguiu-se como artista plástico em diversas vertentes criativas, da pintura à escultura e, muito em particular, na gravura. A sua obra artística valeu-lhe o reconhecimento e diversos prémios de grande prestígio internacional, bem como a presença em muitas exposições e coleções de enorme relevo internacional", lê-se no texto.

O chefe de Estado acrescenta que "Gil Teixeira Lopes foi também um ilustre professor, tendo-se formado na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, da qual era professor catedrático jubilado após uma intensa e rica carreira no ensino das artes plásticas" e "era membro honorário da Academia Nacional de Belas-Artes".

Marcelo Rebelo de Sousa lembra que o condecorou em 2018 com o grau de comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

 

Foto: DR



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