Com a Linha de Água - II Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes em pano de fundo, o Município de Macedo de Cavaleiros homenageou na última sexta-feira o pintor Jaime Silva, pelos seus 50 anos de percurso profissional.

O ato público de reconhecimento, em que participaram familiares, amigos e comunidade artística, coincidiu com o dia de aniversário do homenageado e decorreu no Museu de Arte Sacra macedense, um dos oito espaços expositivos fixos que acolhe até 30 de novembro próximo o evento, este ano também com ramificações nos concelhos de Alfândega da Fé, Vinhais e Freixo de Espada à Cinta.

Com uma pintura de figuração livre de pendor expressionista, no início de carreira, Jaime Silva transitou depois, nos anos 80, para um abstracionismo mais impulsivo, que os trabalhos mais recentes ainda refletem. É um dos reputados nomes da arte plástica contemporânea portuguesa, que granjeou reconhecimento quer nacional quer internacional.

Jaime Silva tem obra artística espalhada por um conjunto muito significativo de instituições e coleções públicas e privadas, e o seu percurso tem merecido reconhecimento da crítica especializada.

“Foi uma homenagem simples, mas muito sentida e inteiramente merecida, que ganhou um especial sentido por ter sido feita no contexto de um novo evento, a II Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes, que procura refletir e ligar-se ao território onde acontece, procurando estimular a discussão sobre várias questões sociais, culturais e ambientais”, notou Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros.

Licenciado em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, participou no grupo Puzzle (1975-77), juntamente com outros artistas, entre eles Carlos Carreiro, Graça Morais, João Dixo e Albuquerque Mendes. Foi depois (1977-78) bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, num momento em que a instituição olhou para os novos valores da arte lusitana apoiando a respetiva internacionalização.

Tal como muitos congéneres da sua geração, Jaime Silva cedo demonstrou preocupações pelo papel social do artista e pela função social da arte – um posicionamento que sempre manteve, apesar do difícil contexto nacional e que muita importância teve na fundamentação das suas práticas artísticas inovadoras.

Sem surpresa, enveredou pelo ensino artístico, fazendo-o com a harmonia que se lhe conhece. “Não sou mais pintor nem mais professor”, sublinhou, com propósito.



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