Três em cada dez universitários não conseguem terminar o curso no tempo previsto, segundo relata um estudo apresentado este domingo pelo Jornal de Notícias, com base em dados do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ainda assim, a taxa global de sucesso no Ensino Superior registou uma subida no ano lectivo de 2005-2006, com 67,6%.

O sucesso escolar é mais elevado nas universidades privadas e, em geral, são os alunos da área de saúde que terminam o curso dentro do tempo previsto. Os alunos de engenharia, informática e ciências da vida demoram mais tempo a concluir as suas licenciaturas.

No ranking das instituições com melhores aproveitamentos encontram-se as universidades do Porto e do Minho, onde a taxa de sucesso atinge os 76% e 75%, respectivamente. Na situação oposta está a Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, com uma taxa de sucesso nos 42%. No continente, é o pólo de Miranda do Douro, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que tem a pior taxa de sucesso, com 51%.

Segundo Luís Reis Torgal, coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, «o facilitismo de Bolonha vai contribuir para elevar ainda mais o grau de sucesso nos próximos anos», em declarações ao Jornal de Notícias, onde acrescentou outras avaliações:

«Há um mal-estar na universidade. Basta falar com qualquer professor universitário. Bolonha podia ter sido uma oportunidade para fazer uma excelente reforma do ensino na Europa, mas acabou por ser um processo montado por razões económicas e os governos fazem um esforço por mostrarem as estatísticas do sucesso».



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