O Desportivo de Chaves foi hoje recebido no seu estádio por cerca de 2.500 adeptos, que esperaram pelos jogadores e treinadores para fazerem a festa do regresso à I Liga portuguesa de futebol em conjunto.
Apesar da hora adiantada, já na madrugada de hoje, mais de dois milhares de adeptos esperaram pelo regresso da equipa desde Moreira de Cónegos, onde asseguraram a subida ao principal escalão, ao vencerem o ‘play-off’ frente ao Moreirense.
Depois dos festejos por toda a cidade, os flavienses, equipados a rigor, concentraram-se no estádio, deixando a bancada central coberta e a bancada topo sul bem compostas, à espera da estrutura que se encontrava em viagem.
A entrada do plantel transmontano levou ao rubro os adeptos, que rapidamente invadiram o relvado para os festejos em conjunto, onde não faltou música, foguetes e muitas fotografias e ‘selfies’ com os novos heróis de Chaves.
Um dos mais solicitados foi o timoneiro da equipa. Entre abraços e fotografias para a recordação, Vítor Campelos confessou que a derrota no Moreirense (1-0) foi a mais saborosa da sua carreira, porque permitiu subir graças ao resultado da primeira mão (2-0).
“Estou muito feliz. Os flavienses e transmontanos em geral merecem esta subida. Chaves merece estar na Primeira Liga”, sublinhou o técnico, de 47 anos, que alcançou a primeira promoção ao principal escalão.
Campelos vincou também que a época foi “muito difícil”, mas que graças ao trabalho desenvolvido e ao apoio dos adeptos, foi possível festejar no final e devolver o clube aos ‘grandes’ após três temporadas de segundo escalão.
Entre cânticos dos adeptos com o nome do treinador, Vítor Campos recusou no imediato falar do futuro, porque agora é tempo de descansar: “Vou estar três ou quatro dias em casa com o telemóvel desligado para recuperar, depois de uma época desgastante a nível emocional”.
Mas entre o imenso relvado do Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, a festa era feita também com os jogadores e as filas eram grandes para poder ter uma fotografia com os ‘craques’ que permitem ao clube de Chaves somar a 17.ª presença entre os grandes na próxima época.
Um dos destaques da temporada foi Wellington Carvalho, o avançado brasileiro, de 29 anos, que na terceira temporada em Chaves surgiu em grande forma, tornando-se o melhor marcador com 13 golos, todos na II Liga, e ainda quatro assistências.
Mas em plena festa da subida, o goleador recusou falar em individualidades, lembrando o “fruto do trabalho de equipa.
“Consegui marcar com a ajuda dos meus colegas. Tínhamos um excelente grupo e quando é assim as individualidades sobressaem”, apontou o brasileiro, que já competiu na I Liga ao serviço do Portimonense.
Já um dos ‘patrões’ da defesa, o brasileiro Alexsandro, de apenas 22 anos, viveu a primeira experiência como profissional alcançando a subida. O central acelerou pelo relvado de bicicleta, numa das figuras entre os jogadores que mais chamou à atenção.
“Conseguimos o objetivo graças à dedicação e trabalho no dia a dia. Muitas vezes não correu como queríamos, mas aprendemos com as derrotas e conseguimos somar vitórias para vencer”, explicou.
Com 33 jogos, sempre a titular, e três golos apontados, Alexsandro admitiu ter obtido um “ano incrível a nível individual”, mas assegurou que não pretende ficar por aqui: “Agora quero fazer igual na I Liga”.
Empurrados para o ‘play-off’ de acesso à I Liga na derradeira jornada do segundo escalão, ao terminarem no terceiro lugar, os flavienses, orientados por Vítor Campelos, ultrapassaram o Moreirense, antepenúltimo do principal escalão, em dois jogos, para fazerem a festa da subida.
Esta é a quarta subida ao principal escalão do futebol português para o Desportivo de Chaves: a primeira ocorreu na época 1984/1985, seguindo-se uma segunda, na temporada de 1993/1994 e a penúltima, em 2015/2016.
Em 16 participações no escalão principal, os transmontanos atingiram a glória na década de 1980, quando, na temporada 1986/1987, atingiram o quinto lugar e a qualificação inédita para a antiga Taça UEFA na época seguinte. Em 1989/1990, seguiu-se novo quinto lugar, repetindo a melhor classificação entre os ‘grandes’.