A plataforma digital do conhecimento da Região Demarcada do Douro estará disponível no início de 2022 e vai agregar e disponibilizar informação da “uva ao copo” a viticultores, empresas e público em geral, disseram hoje os promotores.
O projeto junta o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, e a NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.
A iniciativa está inserida no projeto “IVDP+ Compromisso para a Excelência” que conta com um financiamento de 1,8 milhões de euros.
À agência Lusa os promotores explicaram que o objetivo da plataforma é criar um “catálogo de dados”, disponibilizando informação e conhecimento da “uva ao copo”, que vai desde a colheita, trânsito de uva, produção, certificação e mercados.
O Douro agrega um conjunto variado de atores institucionais, privados e científicos que produzem e precisam de aceder a dados e informação, que se encontra muito dispersa, em formatos não integráveis e muitas vezes de difícil acesso.
Para ajudar, o projeto IVDP+ apostou na criação de um sistema de informação territorial interoperável e de dados abertos que pretende ser “um auxílio importante no apoio à tomada de decisão e um instrumento essencial na transferência de conhecimento”.
“O IVDP é a estrutura chave no acompanhamento do circuito da uva, nomeadamente por ser a entidade pública mais próxima dos viticultores, o que tem reflexo no planeamento das campanhas vitivinícolas, por exemplo”, afirmou o presidente do instituto, Gilberto Igrejas, citado em comunicado.
O responsável acrescentou que “só mediante uma estreita colaboração entre o mundo universitário, o IVDP e os viticultores se pode garantir uma evolução significativa dos vários contextos da produção vitivinícola, tirando partido da transformação digital e apostando na partilha da melhor informação disponível, sendo esta colaboração um objetivo estratégico para a garantia da competitividade do setor, num mundo que se digitaliza a passo acelerado”.
“É muito importante que os vinicultores planifiquem as suas campanhas, mas também é muito importante que olhem para diferentes etapas do circuito da uva ao copo, como é que elas se podem articular de uma forma virtuosa para conseguirmos explorar o potencial da transformação digital e construir novas abordagens”, salientou Miguel de Castro Neto, subdiretor da NOVA IMS.
A plataforma do conhecimento da Região Demarcada do Douro “está concluída”, encontrando-se numa fase de mapeamento de informação com os sistemas de informação do IVDP, pelo que se prevê uma “total integração e disponibilização na segunda quinzena do primeiro mês de 2022”.
Dirigida a viticultores, empresas e público em geral, pretende possibilitar uma “aproximação de todos os intervenientes da cadeia de valor”.
Quer também proporcionar um "acesso fácil, dinâmico, rápido e transparente aos dados mais recentes e tendências de evolução, ajudando a compreender a complexidade dos desafios que se colocam ao setor vitivinícola, de forma transversal".