O secretário de Estado do Ordenamento, Paulo Taveira de Sousa, considera que a nomeação do novo director do Parque Natural de Montesinho (PNM) representa "uma ruptura com o passado".
O responsável falava ontem durante a tomada de posse de Jorge Dias, o técnico que foi nomeado pelo Ministério do Ambiente para tomar as rédeas de uma área protegida que já foi considerada "a jóia da coroa da conservação da natureza".
A cerimónia decorreu em ambiente polémico, dado que o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública alega que a nomeação levanta dúvidas em matéria de legalidade. Em causa está o facto de Jorge Dias não fazer parte da consulta aberta pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) para preencher o lugar. O governante desfez as dúvidas e garantiu que "a nomeação é absolutamente legal". Em primeiro lugar, explicou Paulo Taveira de Sousa, "não há concursos internos para o provimento deste cargo, apenas uma consulta que o ICN é obrigado a fazer perante o Governo, que, por seu lado, nem sequer tem de ouvir o ICN para nomear um director de uma área protegida".
Polémica à parte, o novo director do PNM tem o aval da tutela e é um nome que agrada às Câmaras municipais de Bragança e Vinhais, que esperam de Jorge Dias mudanças radicais na gestão do Parque.
A situação a que chegou a área protegida, de resto, já é do conhecimento do secretário de Estado, que promete relançar o PNM. "O desprestígio do Parque é visível na desmotivação dos funcionários, na ausência de investimentos significativos, nas más relações com as autarquias e populações, pelo que a prioridade é reconstruir o bom relacionamento entre a comunidade e o Parque", sublinhou Paulo Taveira de Sousa.
Quanto a meios para mudar a imagem do PNM, o governante garantiu que "não será por falta de dinheiro que não se investirá", mas recordou que os meios materiais não fazem tudo. "No passado havia meios financeiros, mas a taxa de execução ficou muito abaixo do desejado", esclareceu o membro do Governo.
Para além das obras, o responsável considera que é necessário "pÎr os órgãos de gestão do Parque a funcionar, nomeadamente a comissão directiva e, mais tarde, o conselho consultivo".
Paulo Taveira de Sousa admite que a missão de Jorge Dias "não é fácil", mas está "confiante nas capacidades do director para mudar uma página em Montesinho".

J.C.

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Desconheço problemas de absentismo
e desmotivação"

Após a cerimónia de tomada de posse, o Jornal NORDESTE confrontou Jorge Dias com os principais problemas do PNM a nível interno, nomeadamente a desmotivação de alguns funcionários os casos de absentismo.
O responsável diz não ter detectado nenhuma destas situações, mas reconhece que são necessárias mudanças no Parque. "Penso que todos estão motivados para trabalhar e inverter a situação que se vive", salientou Jorge Dias.
O novo director do PNM está em Bragança há três semanas, mas já teve tempo para falar com todos os funcionários individualmente. "Já me inteirei dos problemas do Parque e das questões a nível interno", revelou.
A próxima fase, segundo Jorge Dias, passa por "implementar medidas para resolver esses problemas".
Ao nível da gestão, o director já definiu prioridades. "Garantir a conservação da natureza, a aproximação às populações e a promoção e divulgação do Parque serão as principais apostas", frisou o responsável.
Aos 32 anos, este engenheiro florestal nascido em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, deixa esta área protegida, onde trabalhou durante 9 anos, para tentar mudar a imagem do PNM.



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