Devido à pneumonia atípica, o beijar da Cruz, entre os portugueses residentes no Canadá, teve, este ano, características diferentes. O Cardeal-Arcebispo de Toronto deu instruções para não se fazer o beijar da Cruz, nos moldes tradicionais, mas sim apenas com um ligeiro toque de mão na Cruz ou uma simples inclinação.
Em diversas colectividades de características portuguesas, houve cerimónias idênticas, com a mudança do ritual já durante a Semana Santa, tendo aplicação, designadamente, na distribuição da Comunhão - com a hóstia a ser dada aos crentes na mão - e com o \"abraço da paz\", que se dava apenas com um sorriso ou uma inclinação de cabeça.
O Arsenal do Minho, com mais de três centenas de pessoas, fez a cerimónia, presidida pelo padre José Pires, que na altura fez votos de \"uma Páscoa sem guerra\", dando sequência, como disse, ao apelo do Papa João Paulo II.
Na Associação Cultural do Minho, que foi a primeira organização a levar a cabo a tradição do \"compasso\", na zona de Toronto, quase meio milhar de pessoas estiveram no vasto salão da Casa do Benfica, em almoço de confratermização, que começou precisamente com o beijar da Cruz. Presente, também, o padre Alberto Cunha que teve a iniciativa de há mais de duas décadas, começar as cerimónias pascais na colectividade.
Outras colectividades, como a Casa dos Poveiros, levaram a cabo idênticas cerimónias.
Entretanto, todas as Paróquias da comunidade portuguesa levaram a cabo as tradicionais cerimónias da Semana Santa, que culminaram, no domingo, com a Páscoa da Ressureição. Na igreja de Santa Maria, o primeiro templo católico a ser entregue aos Portugueses de cá, juntaram-se, designadamente, muitos forasteiros que, tendo familia em Toronto, vieram dos Estados Unidos e das Bermudas.