Pneus rebentados, jantes partidas, direcções e suspensões danificadas. Uma colecção de prejuízos distribuídos por cerca de 20 automobilistas, no passado fim-de-semana, por causa dos buracos no pavimento do IP4, entre Vila Real e Murça.
Quem ontem circulou pela principal via de ligação entre Trás-os-Montes e o distrito do Porto, o Itinerário Principal 4 (IP4) deve ter constatado o estado caótico em que o pavimento se encontra, com buracos atrás de buracos, alguns deles significativos. Mas também deve ter reparado em trabalhadores da concessionária Auto-Estradas XXI, que, fardados de amarelo e atrapalhados pela chuva intensa, tratavam de repor alcatrão nos sítios de onde ele desapareceu.
A concessionária não quis prestar qualquer esclarecimento sobre a intervenção em curso, mas o JN sabe que a correcção do pavimento no IP4 não vai demorar menos de três dias. E isto se o tempo ajudar.
O excesso de chuva dos últimos dias associado ao intenso tráfego registado no IP4, nomeadamente de veículos pesados, e à idade do pavimento contribuíram para a formação dos enormes buracos. Na semana passada, tinha sido colocada sinalização reflectora junto a alguns deles, mas ontem já havia faixas de rodagem cortadas ao longo de várias centenas de metros, para evitar a passagem de viaturas e mais prejuízos.
Segundo o tenente-coronel Luís Pereira Ventura, do Comando Distrital da GNR de Vila Real, \"foram registadas entre 15 e 20 ocorrências que tiveram origem nos buracos no pavimento do IP4\". Adiantou ainda, ao JN, que \"a concessionária requereu à GNR uma patrulha da unidade de trânsito para fazer o acompanhamento dos trabalhos de reparação\".
O IP4, que já é uma estrada perigosa por natureza, está neste momento ainda mais. \"Não houve o cuidado de tapar os buracos enquanto eles estavam pequenos. Deixaram degradar o pavimento ao máximo e agora não dão vazão a tudo\", lamentou, ao JN, António Fontinha, comandante dos Bombeiros Voluntários de Alijó, que nos últimos dias circulou várias vezes no IP4 e viu \"vários carros acidentados\". Na sua opinião, \"andar a remendar a estrada à pressa e com chuva não vai resolver, pois o trabalho não vai ficar em condições\", sublinhou.