A greve sectorial dos funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciaria estava às 9:15 de hoje a registar adesão total na extensão de Vila Real e de 95 por cento na Directoria do Porto, disse fonte sindical.

Em declarações à Lusa, Avelino Lima, vice-presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) explicou que, no Porto, todos os associados da ASFIC, que correspondem a 95 por cento do total dos funcionários, aderiram ao protesto.

\"Em Vila Real a adesão é total\", sublinhou o dirigente sindical.

Grande parte dos funcionários em greve estão desde o início da manhã concentrados juntos à Directoria da PJ do Porto para \"demonstrar a indignação pela forma como os funcionários de investigação criminal tem sido tratados\", afirmou Avelino Lima.

Os trabalhadores reivindicam melhores condições salariais, sociais e de trabalho, nomeadamente no que se refere ao acesso aos serviços sociais do Ministério da Justiça, aposentação, disponibilidade e pagamento de horas extraordinárias.

Segundo o presidente da ASFIC, Carlos Anjos, saíram nos últimos meses da PJ mais de 200 pessoas e o pessoal de investigação criminal está, neste momento, reduzido a cerca de 1.200 elementos, o que preenche apenas 40 por cento das vagas do quadro da Judiciária.

Com o pessoal a \"diminuir\", a situação \"agrava-se\", disse o presidente da ASFIC, alegando que há \"um aumento da exigência de trabalho\" e que aos funcionários de investigação criminal são exigidas mais horas de trabalho sem o respectivo pagamento.

Na terça-feira, o ministro da Justiça, Alberto Costa, considerou que o protesto, \"do ponto de vista do Governo, não tem justificação\", mas adiantou que o Executivo \"reconhece os direitos dos trabalhadores\" e \"não discute a legitimidade\" da acção.

\"O país vive uma situação de dificuldades. O que não é legítimo é dizer que o Governo não apoia a PJ e que não tem um projecto para a Judiciária\", salientou.

Alberto Costa contrapÎs ainda: \"Estamos a trabalhar para a PJ\".

\"Estamos a prever a admissão de novos inspectores - 150 inspectores e 50 elementos para pessoal de apoio à investigação - o que na situação financeira do país é significativo\", afirmou.



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