O presidente do politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, disse que o instituto está preparado para criar três doutoramentos, logo que as condições legais o permitam, o que espera venha a acontecer no ano letivo de 2023/2024.

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) tem atualmente “cerca de 300” estudantes a fazer o doutoramento nos centros de investigação desta instituição de ensino superior, mas que estão matriculados em universidades portuguesas e espanholas.

“Nós na prática estamos efetivamente a fazer os doutoramentos”, sublinhou, à margem de uma sessão sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que decorreu no politécnico de Bragança, no dia em que na Assembleia da República foram aprovadas três iniciativas para acabar com o impedimento de os politécnicos outorgarem o grau de doutor.

A expectativa do presidente do IPB “é que, na pior das hipóteses esta alteração legislativa esteja concluída em setembro” e afiançou que logo depois avançará com a proposta de três doutoramentos nas áreas da ciência e tecnologia alimentar, ciências agrárias e ambiente e da digitalização e robótica.

A proposta, como explicou, terá que ser submetida à A3ES, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e requer algum tempo de avaliação.

Orlando Rodrigues acredita que o politécnico de Bragança poderá ter doutoramentos formalmente, com a possibilidade de os alunos de ali se matricularem no ano letivo de 2023/2024.

O presidente do IPB reiterou que já estão a ser feitos doutoramentos nos laboratórios do instituto, orientados por investigadores locais e que só não pode conferir o título que é depois dado por uma universidade portuguesa ou espanhola.

“Temos muitos estudantes em universidades espanholas aqui à volta, em Salamanca, Vigo, León, e temos muitos estudantes obviamente nas universidades portuguesas, em particular nas do Norte”, afirmou, concretizando que são “cerca de 300” atualmente.

O presidente garantiu que o instituto reúne as condições legais, nomeadamente relativamente à exigência da classificação dos centros de investigação.

“Nós temos dois centros de investigação avaliados com “excelente”, temos outros com “bom”, nesses centros de investigação avaliados com excelente temos, no mínimo capacidade para fazer três doutoramentos em três áreas diferentes”, assegurou.

O presidente do IPB ressalvou que pretende manter as relações de cooperação com as universidades, mas quer “fazer doutoramentos que estejam alinhados com as prioridades da região” onde se encontra o instituto.

“Há determinadas áreas em que a região precisa de se especializar e nós temos que estar alinhados com essas prioridades e não com as prioridades de uma universidade estrangeira ou uma universidade num grande centro”, sustentou.

O politécnico de Bragança tem cerca de 380 professores - doutores e investigadores em todas as áreas de formação, que também vão contribuir para os doutoramentos que pretende oferecer no futuro.

O instituto tem mais de nove mil alunos, um terço dos quais estrangeiros, a frequentarem as diferentes ofertas de formação, desde cursos técnico-profissionais a licenciaturas e mestrados.

O parlamento votou também iniciativas relacionadas com a mudança do nome dos institutos para universidades politécnicas, que não recebeu o mesmo consenso que a questão dos doutoramentos.

Para o presidente do IPB “a questão da designação tem a ver com o facto de em todo o mundo, as instituições de ensino superior estarem associadas à palavra universidade e a ausência desta palavra prejudica o reconhecimento internacional destas instituições”

“Não queremos alterar rigorosamente nada relativamente à missão, estamos muito confortáveis com a missão dos politécnicos, queremos aprofundá-la, mas é necessária esta clarificação e este reconhecimento internacional”, afirmou.



PARTILHAR:

Produtores alertam que as florestas são “barris de pólvora” devido à falta de água

Problemática barragem obriga a acionar reserva estratégica no Vale da Vilariça