O Partido Social Democrata (PSD) de Murça acusa o presidente da Câmara local, eleito pelo Partido Socialista (PS), de «aproveitar as funções como presidente da Associação do Douro Histórico, em 2006, para aprovar um projecto de investimento do programa «Leader +», em nome da esposa».

Segundo Joaquim dos Anjos, presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, \"trata-se de um favorecimento pessoal e familiar, e não se entende como é que o presidente escolhe um concelho vizinho para realizar este investimento, em vez de o fazer no concelho onde vem buscar mais de oito mil euros por mês\".

Em causa, está um investimento de no valor de 176.339 euros para a recuperação de uma casa para turismo rural, propriedade de Maria Domítilia Fernandes, em Parada do Pinhão, no município de Sabrosa.

As acusações da estrutura local do PSD e dos vereadores do mesmo partido, Costa Leite e José Moutinho, estendem-se, ainda, ao facto de \"o presidente morar em Mirandela de onde se desloca diariamente com carro e motorista; ter apartamentos em Vila Real e no Porto, o que, em conjunto, significa claramente que não confia em Murça e no seu futuro\", consideram.

O presidente, João Teixeira, recorda que a esposa \"é natural de Parada do Pinhão, onde herdou bens legados pelos pais, tendo toda a legitimidade, como qualquer cidadão, de realizar os investimentos que entende, e o direito de recorrer a fundos para esse efeito\". O autarca acrescenta que \"o projecto foi aprovado, pela Câmara de Sabrosa e pelas diversas entidades, sem qualquer intervenção do presidente da Câmara de Murça. E na Associação do Douro Histórico foi aprovado numa reunião estando eu ausente\", garante.

«Politiqueiros»

O PSD acusa ainda o autarca \"pouco ou nada fazer em termos de obra\", a não ser \"ter construído em 2004 um muro luxuoso numa sua propriedade com dinheiros públicos, com a desculpa de segurar as terras, não se tendo preocupado em segurar as terras dos vizinhos\".

Já o presidente chama os seus opositores de \"politiqueiros\" e apresenta um extenso rol de obras realizadas ou a decorrer. O PSD argumenta que não foi cumprido outro extenso rol de promessas e quanto ao que foi realizado, \"fez disparar a dívida da autarquia total conhecida para quase 12,5 milhões de euros. Uma gestão sem rumo que hipotecaram as hipóteses de concorrer a financiamentos comunitários e vedaram o recurso ao crédito\", acusa a Oposição.

João Teixeira lembra que \"metade da dívida foi herdada do Executivo anterior\", do qual fazia parte também ele próprio e um dos actuais vereadores (José Moutinho), na altura ambos eleitos pelo PSD.



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