\"O senhor ministro não veio à UVR, em dia de festa, para trazer prendas\", sublinhou o reitor desta instituição, Armando Mascarenhas, no passado sábado, nas comemorações do seu XVII aniversário, que contaram com a presença do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce.

Segundo o reitor, houve uma \"conversa\" com o governante sobre os problemas que a universidade enfrenta neste momento, nomeadamente a \"problemática\" da construção do edifício para o pólo de Chaves, que é uma \"necessidade várias vezes manifestada\" pela direcção desta instituição de ensino superior.

Armando Mascarenhas afirmou que \"o ministro demonstrou a sua intenção de, durante o mês de Abril, iniciar nova ronda pelas universidades para discutir os seus planos de desenvolvimento\". No caso da UVR, este plano \"passa pela construção de um conjunto de instalações no sentido de dar qualidade àquilo que já fazemos\", explicou o reitor. No entanto, no dia em que se comemoravam os 17 anos desta universidade, Armando Mascarenhas chegou a afirmar no seu discurso que, caso o Governo não desse uma resposta \"clara\" quanto à construção do novo pólo de Chaves e não o incluísse no PIDDAC de 2004, \"o Senado iria ponderar, nessa altura, retirar a universidade de Chaves, porque não estão reunidas as condições para um ensino de qualidade\".

O presidente da Câmara Municipal de Chaves, João Batista, apesar de não ver com bons olhos o encerramento da UVR em Chaves, pois diz ser \"fundamental para o desenvolvimento da região\", afirmou que se trata de \"uma posição perfeitamente legítima do Reitor\". João Batista adiantou ainda que a consolidação do ensino superior em Chaves e as condições para tal \"são naturalmente da responsabilidade da Universidade e do Governo\". O autarca sublinhou mesmo que \"quem menos responsabilidade tem sobre esta matéria é a autarquia, que tem disponibilizado tudo o que é necessário, tendo já um terreno destinado para tal\". Na sua opinião, \"só é necessário haver vontade política e da Universidade para avançar com a construção do pólo em Chaves\". Para além disso, João Batista afirmou que \"se metade dos investimentos que foram pedidos para Vila Real fossem canalizados para Chaves, o problema estaria resolvido\".

Como resposta à \"exigência\" da UVR, o ministro Pedro Lynce disse que \"neste momento tem que se ver quais as áreas prioritárias e o que é que se pode fazer em Chaves, para que não haja decisões irresponsáveis e para não correr o risco de se estar a criar instalações e de não haver alunos\". No entanto, o governante garantiu que, depois de se reunir com o presidente da Câmara de Chaves, com o reitor e com o governador civil de Vila Real, \"num curto espaço de tempo será encontrada uma solução\".

Pedro Lynce defendeu que \"não deve haver competitividade na região, mas sim complementaridade\". \"Não é possível que em Vila Real, Chaves ou Bragança os cursos sejam os mesmos. Por isso, ando a trabalhar com o reitor da UVR e o presidente do Instituto Politécnico de Bragança num programa de desenvolvimento das instituições, para que, nessa altura, seja resolvido o problema de Chaves\", explicou o ministro, acrescentando que \"há cursos em Chaves que se repetem em Vila Real\".

A Associação de Estudantes da UVR diz estar \"triste\" com a eventualidade de se vir a encerrar o pólo de Chaves. \"Independentemente do que acontecerá, as responsabilidades terão de ser imputadas a quem de direito, mas creio que a UVR fará o que achar melhor em prol dos estudantes e de todas as pessoas que estão em Chaves\", afirmou o presidente da Associação, Pedro Torres.



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