Pelas ruas das aldeias de Pombares e Montesinho, em Bragança, os autocarros só circulam se, no dia anterior, foi requisitado, por telefone, à câmara municipal. A medida, em vigor há um mês, é aplaudida pelos moradores.
Poucos habitantes e a falta de estudantes nas aldeias desertificadas levaram a autarquia a optar por esta solução «mais sustentável».
«Antes o autocarro ia todos os dias a estes lugares, mas como havia poucos passageiros optamos por ir apenas nos dias de feira semanal. Mesmo assim, continuava a circular sem ninguém», justifica o vice-presidente da autarquia, Rui Caseiro.
Em Montesinho, a 25 quilómetros da sede de concelho, vivem 45 pessoas, maioritariamente reformados. E a medida, tal como em Pombares, foi bem recebida por todos. «A verdade é que o autocarro andava dias seguidos sem ninguém porque aqui todos temos carro particular», adianta Maria Ramos, de 45 anos. Quem também concorda com a decisão da autarquia é Fernando Rodrigues, reformado, que reconhece que assim «é melhor para nós e para a câmara, que não tem tantos gastos», comenta.
A medida está para já em vigor, de forma permanente, em apenas duas aldeias. No entanto, em Rio de Onor, a 35 quilómetros de Bragança, o sistema será adoptado durante as férias escolares.