Torjais, uma pequena localidade pertencente a Vila Real, tem vivido preocupada com a construção do troço do IP3 que passa junto à aldeia. Primeiro foram os explosivos que assustaram a população e fizeram diversos estragos nas casas devido à sua força. Agora, a preocupação centra-se no não pagamento, até agora, das verbas pela expropriação dos terrenos e das indemnizações pelos prejuízos causadas nas habitações pelos explosivos.
Armando Costa é serralheiro em Torjais e é proprietários de alguns dos terrenos hoje ocupados pelo futuro IP3. Durante a utilização dos explosivos na construção daquele itinerário, foram várias as vezes em que se assustou, visto as obras e as explosões decorrerem perto da sua oficina, onde diariamente trabalha. No tecto da oficina, são visíveis os buracos \"provocados pelas pedras que os explosivos fizeram saltar\". E, para além disso, já se viu \"obrigado a fazer remendos no tecto, para este não cair aos bocados\".
O estado das habitações também não é dos melhores. São várias as casas com as paredes rachadas, e a população não vê a hora de receber as indemnizações a que tem direito pelos prejuízos causados pelas explosões.
Fartos de esperarem pelo dinheiro a que têm direito e fartos de promessas, na segunda-feira passada, os habitantes de Torjais impediram o andamento das obras naquele troço do IP3 e prometem não deixar entrar mais as máquinas nos seus terrenos enquanto não lhes pagarem as respectivas indemnizações.
Na quarta-feira, vendo as máquinas e os trabalhadores a entrarem nos terrenos, os moradores juntaram-se de novo e, mais uma vez, impediram a entrada das máquinas, obrigando-as a sair em retirada. Segundo Armando Costa, um dos responsáveis pelas obras garantiu-lhes que hoje tudo seria resolvido. No entanto, a população de Torjais diz estar \"farta de promessas\" e que só acreditará \"quando vir o dinheiro\". Até lá, garante que mais nenhuma máquina passará nos seus terrenos.