O inesperado aconteceu e, a apenas dois dias para a partida para o Japão, a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa comunicou que a selecção nacional feminina não estaria presente na 46ª edição do mundial da modalidade, a disputar entre 23 de Abril e 6 de Maio em Osaka, por alegada "falta" de verbas. Tudo isto aconteceu depois de ter sido divulgada a lista das atletas pré-seleccionadas, onde constavam os nomes das mirandelenses Vânia Carvalho e Paula Susana e da madeirense Natércia Pestana, assim como do técnico do CTM Isidro Borges.
O Clube de Ténis de Mesa de Mirandela, principal "prejudicado", reagiu a esta situação, considerando "lamentável" este acto, já que é o ténis de mesa português que "anda para trás uma vintena de anos, castrando aspirações legítimas de quem com profissionalismo se prepara com o orgulho de sempre para servir Portugal". O CTM vai mais longe, referindo que "o sector da alta competição, onde esta prova se insere, não sofreu qualquer corte orçamental", apesar dos cortes registados nas actividades regulares, pelo que não aceita a ideia de que esta decisão se deva exclusivamente a razões de ordem financeira.
Outro facto que o clube não compreende é porque em alturas em que "não havia dificuldade financeiras invocadas", em provas de semelhante dimensão eram convocados apenas três atletas e o seleccionador não se incluía na comitiva. Agora, "para além da selecção masculina que vai ao Japão contar com quatro atletas, o seleccionador também está incluído na comitiva".
Desta forma, o CTM insurge-se contra a Federação, denunciando a situação para que o ténis de Mesa português não viva apenas de "representações directivas". Os mirandelenses vão mais longe, exigindo que os subscritores desta decisão "se demitam imediatamente", para permitir que o ténis de mesa feminino continue a ocupar o "espaço que merece".