O serviço de teleradiologia não está a funcionar em nenhum dos centros de saúde do distrito de Bragança, por falta de ligação à internet em banda larga. A situação foi denunciada ontem por Agostinho Lopes, deputado do PCP, que diz que se gastaram milhões de euros para comprar o equipamento necessário, mas que agora não tem utilidade.

O deputado lamentou que a \"Portugal Telecom ande envolvida em OPA (Oferta Pública de Aquisição) em vez de se preocupar com o melhoramento do serviço da rede\".

Sem banda larga

A falta de ligação à banda larga está a impedir a implementação completa do serviço de telemedicina na região. A própria coordenadora da sub-Região de Saúde de Bragança, Berta Nunes, admite o problema e explica que as radiografias são realizadas nos centros de saúde, mas depois não é possível fazer a sua leitura à distância por um médico.

O problema da banda larga dificulta também a comunicação entre os três hospitais integrados no Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela), que têm uma ligação deficiente entre eles a este nível.

Para colmatar estas dificuldades, a sub-Região de Saúde e o CHNE fizeram uma proposta à entidade competente para resolver o problema da largura da banda, o que permitiria também uma ligação em rede entre todos os centros de saúde e os hospitais.

\"Os médicos poderiam ter acesso à ficha clínica dos doentes nos centros de saúde e nos hospitais, o que poderia evitar, em muitas das situações, a repetição de exames médicos, como agora acontece\", explicou Berta Nunes.

O funcionamento deficiente da telemedicina contribuiu, no entender dos comunistas, para agravar a situação de isolamento das populações dos concelhos cujos Serviços de Atendimento Permanente podem vir a encerrar após as 22 horas.

Agostinho Lopes criticou a forma como está a ser feita a reestruturação da Saúde em Bragança, que classifica de \"processo absurdo\", uma vez que \"há concelhos do distrito que ficam a mais de uma hora da Urgência mais próxima\".

O PCP reclama a suspensão do projecto em marcha e a análise \"criteriosa\" de vários aspectos como as acessibilidades e os recursos humanos e materiais existentes.



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