Os pais das 30 crianças do Jardim de Infância de Lordelo, Vila Real, decidiram hoje interromper as aulas durante toda a semana, exigindo a consolidação das condições de segurança do recreio e escadas de acesso à escola.
Durante a manhã os pais e encarregados de educação concentraram-se em frente ao recinto escolar para alertar aquilo que consideram ser as condições precárias daquele estabelecimento de ensino.
Henrique Dias, pais de um menino de cinco anos, afirmou aos jornalistas que durante esta semana as crianças \"não vão à escola por consenso dos encarregados de educação\".
O responsável explicou que se trata de um edifício antigo com escadas de acesso de granito com \"algum declive e desgastadas, onde não é a primeira vez que uma criança escorrega e cai\".
Na origem do protesto dos pais está ainda o recreio da escola, onde \"não existe pavimento nem equipamento adequado às brincadeiras e jogos e onde o que delimita o recinto são pilares de granito de meio metro de altura, intercalados uns nos outros, que comprometem seriamente a segurança das crianças\".
\"Vamos interromper as aulas durante esta semana, dando-lhes algum tempo para retirarem estes obstáculos o que nos parece ser prioritário\", afirmou o progenitor.
Henrique Dias lamentou que a situação de falta de segurança se arraste \"desde 2007\", fazendo com, segundo salientou, cerca de 20 crianças tenham saído daquela escola para outras do centro da cidade que cumprem as questões de segurança e possuem prolongamento após as actividades lectivas.
A vereadora Dolores Monteiro, referiu que a autarquia vai proceder a arranjos esporádicos, mas que a solução definitiva será encontrada apenas com a construção do centro escolar que vai servir aquela zona, junto à cidade de Vila Real.
O presidente da Junta de Freguesia de Lordelo, Arlindo Campeão, referiu que \"de imediato\" serão retirados os mecos e será limpo o recreio.
Quanto às escadas, a vereadora disse que estas terão que ser substituídas por outras.
Mas as queixas dos pais vão mais longe pois, segundo Henrique Dias, neste início de ano lectivo, em que há tantas preocupações com a Gripe A, ainda não existem \"soluções alcoólicas, nem papel para a limpeza das mãos, caixotes herméticos para depósito dos lenços de papel ou sequer salas de arejamento\".
Os pais exigem ainda a substituição do fogão a lenha, que aquece actualmente a escola, a remodelação das instalações sanitárias, que são mistas, de reduzida dimensão, sem janelas ou qualquer arejamento para o exterior, sem água quente, e mais vigilância.
Os encarregados de educação lamentaram ainda a distância do refeitório, localizado a cerca de 500 metros da escola, sendo o percurso feito a pé, mesmo nos dias de piores condições climatéricas.