O atual quadro comunitário Portugal 2020 financiou na região do Alto Tâmega, no distrito de Vila Real, 800 projetos num investimento de 210 milhões de euros, disse hoje o presidente da CCDR-Norte.

Dos 800 projetos, cerca de 40% resultou de investimento privado, acrescentou António Cunha, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de trabalho descentralizada da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega, em Boticas, distrito de Vila Real.

Entre os principais projetos privados, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) destacou a construção de um parque de neve artificial em Ribeira de Pena, no valor de 8,6 milhões de euros, de duas empresas de metalomecânica em Chaves, uma com um investimento de sete milhões de euros e outra de quatro milhões, assim como o de dois hotéis, um dos quais envolveu sete milhões de euros.

Além destes, António Cunha destacou a criação do centro de investigação AquaValor, Laboratório Colaborativo (CoLAB) especializado na área temática da água e que resulta de uma parceria entre a CIM Alto Tâmega, que junta os concelhos de Chaves, Boticas, Valpaços, Montalegre, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, e o Instituto Politécnico de Bragança.

“É a primeira vez que temos na região uma estrutura na área da inovação, portanto, são dois milhões de euros muito significativos”, considerou.

Na vertente da formação profissional, o responsável revelou terem sido canalizados 21 milhões de euros, 18 milhões dos quais de financiamento europeu.

E na reabilitação urbana foram investidos 13 milhões de euros, dos quais 11 milhões financiados, acrescentou.

Já no âmbito do próximo quadro comunitário, o Portugal 2030, António Cunha contou que as principais preocupações desta região de Trás-os-Montes assentam em infraestruturas e ligações.

E deu como exemplo a preocupação em relação ao saneamento e água, nomeadamente as redes em si, a sua gestão e os seus custos operacionais.

O presidente da CCDR-Norte adiantou ainda que em matéria de transportes, e estando a CIM Alto Tâmega num processo de lançamento de concurso neste âmbito, o mais provável é que a malha de transportes não chegue a todos os pontos do território, havendo necessidade de “complementar determinados espaços”.

António Cunha referiu ainda a preocupação da CIM Alto Tâmega com ​​​​​​​as comunicações digitais, explicando que será provável que nem todo o território fique coberto com a rede 5G e, por isso, será necessário haver uma intervenção ao nível de apoios públicos para garantir que “todos os cidadãos, turistas, visitantes e empresas da região tenham acesso à mesma”.

Outro dos focos de investimento no Alto Tâmega passa por novos projetos no domínio da inovação e ciência e no eixo agroalimentar, vertente “fundamental nesta região”, salientou António Cunha.

O Portugal 2020 aprovou 123.020 operações até março com cerca de 45.300 milhões de euros de investimento, a que correspondem 24.100 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Com uma dotação global de cerca de 26 mil milhões de euros, o programa Portugal 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”.

Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.



PARTILHAR:

Movimento de Bragança diz que mina espanhola põe em risco o turismo transfronteiriço

Trás-os-Montes com investimentos de 373 milhões de euros apoiados por fundos europeus