O futuro das migrações internacionais vai ser discutido a partir de hoje, em Lisboa, por mais de 700 especialistas naquela que é considerada a maior conferência internacional sobre o tema.
A 11ª Conferência Internacional Metropolis «Caminhos e Encruzilhadas: Migrações e Transformação dos Lugares» é organizada pela primeira vez em Portugal e vai juntar entre segunda e sexta-feira mais de 700 especialistas de todo o mundo em migrações.
Organizado pelo Grupo Metropolis Portugal e pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), a conferência vai dar uma especial atenção à região do Mediterrâneo e ao espaço da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques, considerou «o evento de maior importância para se perceber que a imigração é um dos traços essenciais deste século».
«Poder desenhar políticas eficientes e adequadas para uma boa gestão dos fluxos migratórios e da integração dos imigrantes constitui um grande desafio para todos», afirmou Rui Marques.
Os resultados da conferência vão servir de base à política de imigração quando Portugal assumir a presidência da União Europeia, no segundo semestre de 2007.
A construção das instituições e sistemas migratórios do século XIX, os desafios do envelhecimento demográfico, como os imigrantes transformam as cidades, as políticas migratórias e o problema de segurança e controle fronteiriços são algumas das questões que estão em debate ao longo de cinco dias.
Além dos investigadores internacionais e representantes da CPLP, estarão presentes no evento o primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, o ex-deputado do PS António Vitorino e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho.
Em todo o mundo mais de 190 milhões de pessoas vivem fora do país onde nasceram.
Em Portugal vivem perto de 500 mil imigrantes ilegais e a maior comunidade estrangeira é a brasileira, com cerca de 90 mil, seguida da ucraniana (67 mil) e cabo-verdiana (65 mil).
As associações de imigrantes estimam que mais de 100 mil imigrantes residam ilegalmente em Portugal.