O número de portugueses a residir em Espanha cresceu 40,43% no último ano. Ao todo, no país vizinho residem, agora, 101 818 mil portugueses, a quarta maior comunidade proveniente da União Europeia, a seguir à romena, inglesa, búlgara e italiana. Desses, perto de 83 mil estão inscritos na Segurança Social.

Os dados do Governo espanhol revelam que, em 31 de Dezembro de 2007, estavam registados 6246 portugueses com idades até aos 15 anos, 91 928 entre 16 e os 64 anos e 3639 com mais de 64 anos, sendo que 3810 já nasceram em Espanha. A média de idades dos emigrantes ronda os 36,3 anos e a comunidade é constituída por 33,68% de mulheres.

As regiões mais próximas da fronteira portuguesa são as que mais acolhem emigrantes, como é o caso da Galiza (14 482) e de Castela e Leão (12 682), embora Madrid também tenha uma grande comunidade (14 399). Na Galiza, os portugueses, deslocados sobretudo do Minho, radicam-se em Ourense (5031), Pontevedra (4360) e Coruña (3662). Em Castela e Leão, muitos trabalhadores transmontanos e provenientes do Grande Porto optam por se estabelecer em Léon (4011), Burgos (3796), Zamora (1377) e Salamanca (1108). Na Catalunha (com 9255 portugueses, dos quais 5861 em Barcelona) e na Andaluzia (com 9095 portugueses, dos quais 2302 em Huelva) estão igualmente radicados bastantes emigrantes lusos.

Do total de 101 818 mil portugueses em Espanha, 82 783 estavam, em Janeiro deste ano, registados na Segurança Social espanhola (em Janeiro de 2007 eram 72 349). Os dados indicam que a comunidade portuguesa é a segunda maior, da União Europeia, a descontar para a Segurança Social do país vizinho (a primeira é a romena). Grande parte dos trabalhadores portugueses, 66 412, estavam inscritos no regime geral, 8380 como independentes, 6304 no sector agrícola, 623 no mar, 62 nas minas e 1002 em trabalhos domésticos.

Inspecções em conjunto

O aumento do número de trabalhadores portugueses em Espanha foi discutido, na última semana, em Cáceres, pelas inspecções do Trabalho portuguesa e espanhola. Paulo Morgado de Carvalho, inspector-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), explicou, ao JN, que o encontro visou a melhoria da troca de informações entre os dois organismos, mas também o agendamento de acções conjuntas. Para este ano, comentou, estão já programadas visitas, com inspectores dos dois países, à Galiza (Pontevedra, Valença e Vigo), região onde haverá mais trabalhadores portugueses em situação irregular, a Bragança, Chaves e no sul do país. Paulo Morgado de Carvalho acrescentou que a reunião, \"bastante satisfatória\", serviu, também, para ajustar a criação conjunta de um glossário bilingue para os trabalhadores do sector da construção civil, bem como para acordar a inclusão de informações sobre a legislação laboral de ambos os países nos sites das duas inspecções.



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