O governo dos EUA começou na passada segunda-feira, 5 de Janeiro, a recolher as impressões digitais e a fotografar todos os estrangeiros com visto que entram no país. As imagens ficam arquivadas electronicamente para que as autoridades possam conferir a identidade dos visitantes.

Denominado US-VISIT ou U.S. Visitor and Immigrant Status Indicator Technology, o novo sistema de controlo do Departamento de Segurança Interna já foi instalado em 115 aeroportos e 15 portos.
Apenas cidadãos de 28 nações não precisam ser fotografados. Trata-se de cidadãos de países da União Europeia e do Japão, que estão isentos de visto para entrar e permanecer nos EUA durante 90 dias.
Portugal faz parte da União Europeia, os portugueses não precisam de visto e, portanto e por enquanto, não estão sujeitos às novas exigências, mas para isso terão que usar um passaporte de leitura óptica, que dispõe dos dados exigidos e é compatível com o sistema US-VISIT. Quem não tiver passaporte de leitura óptica terá que ser fotografado.
Outra excepção é o Canadá, cujos cidadãos apenas necessitam mostrar uma prova de cidadania para entrar nos EUA.
O US-VISIT controlará 24 milhões de visitantes de mais de 150 países que entram por ano no país.
Segundo Asa Hutchinson, subsecretário de Segurança de Fronteiras e Transporte do Departamento de Segurança Interna, o sistema permite confirmar rapidamente a identidade do visitante.
Hutchinson explicou que, gradualmente, os consulados americanos em redor do mundo vão ser equipados para concederem apenas visto depois de registarem electronicamente as impressões digitais do requerente.
Todo o processo é rápido, envolvendo pouco equipamento electrónico: uma câmara digital e um digitalizador para as impressões digitais.
Segundo Hutchinson, o banco de dados vai ser alimentado principalmente pelos consulados americanos. Esse banco conterá também as impressões digitais de indivíduos que podem ser considerados ameaças à segurança nacional.
Que se saiba, o Brasil foi o único país que apresentou queixa formal contra as novas medidas e, usando o "principio de reciprocidade" que vigora nas relações diplomáticas, passou a exigir que os americanos que chegam aos aeroportos brasileiros também sejam fotografados.
Desde o dia 1 de Janeiro que a Polícia Federal brasileira está a tirar as impressões digitais e a fotografar os turistas americanos que chegam ao país.
Mas enquanto nos EUA a identificação dura poucos segundos e o passageiro deixa a impressão digital num aparelho electrónico, sem sujar os dedos de tinta, no Brasil é um processo moroso, que tem obrigado os visitantes americanos a arreliadoras esperas de seis horas no aeroporto do Rio de Janeiro, por exemplo.
A embaixada dos EUA em Brasília já reagiu numa nota da embaixadora Wesley Carrington, na qual se afirma que "a finalidade do sistema US-VISIT é usar tecnologia moderna para identificar os viajantes de forma rápida e eficaz.
Vem sendo aplicado a todos os visitantes oriundos de países que necessitam de visto para entram nos EUA. Isso inclui mais de 150 países. O Brasil não está sendo discriminado".



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