O Presidente da República disse hoje acreditar que as negociações entre o Governo e os professores vão "a caminho de uma solução" que cobre um "número muito elevado de problemas" e que esse caminho é "um sinal de esperança".

"Eu acredito que [a negociação] vai a caminho, não direi de uma solução perfeita, mas de uma solução que cubra um número muito elevado de problemas dos professores e que tem um sinal de esperança porque as famílias, os alunos, pais, professores, pessoal não docente, todos esperam que entre o carnaval e a Páscoa seja possível ver luz ao fundo do túnel e eu acho que talvez haja hipóteses para uma luz ao fundo do túnel num processo que interessa a todos os portugueses", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que falava aos jornalistas à margem da inauguração de um mural em sua honra criado pelo artista transmontano Trip Dtos, na aldeia Podence, destacou que na quinta-feira o primeiro-ministro abriu "uma janelinha" e deu "um passo muito importante" ao esclarecer que a situação dos professores "é diferente de outras carreiras na função pública".

"Ele [primeiro-ministro] abriu uma janelinha dizendo que não é uma questão que possa ser resolvida globalmente, porque custaria mil e tal milhões de euros se fosse para toda a função publica, mas abriu uma janelinha. Penso que têm sido dados passos em muitos dossiês que estão a avançar", destacou.

Na visita à aldeia de Podence, na véspera do início do Entrudo Chocalheiro Património da Humanidade, Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido por cerca de duas dezenas de professores da região.

"Juntos para cá do Marão, lutamos pela educação", lia-se numa faixa exibida pelos docentes.

Aos jornalistas, o chefe de Estado disse ter esperança de que as negociações "cheguem a um bom resultado", mas que para tal é necessário "negociar, negociar e negociar".

"Estou esperançado que elas [negociações] cheguem a um bom resultado. Para isso é preciso naturalmente negociar, negociar, negociar. Fazer um esforço de boa-fé para se chegar a esse acordo", acrescentou.

Numa entrevista ao canal televisivo TVI na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, considerou que o país não consegue acrescentar uma despesa anual permanente de 1.300 milhões de euros, correspondendo à reposição do tempo integral de serviço das carreiras previamente congeladas, descartando que o possa fazer para os professores.

Questionado se o seu Governo poderá repor o tempo integral de serviço dos professores, o primeiro-ministro recordou que os professores tiveram a carreira congelada entre 2005 e 2007, e entre 2011 e 2018, e que foram os seus governos que a descongelaram e voltaram a pôr “o relógio a contar”.

“Além de termos reposto o relógio a contar, nós conseguimos fazer contas para que os professores pudessem recuperar o equivalente de tempo que todos os outros funcionários tinham recuperado”, sublinhou.

Instado a responder se o Governo pretende, “sim ou não”, repor o tempo integral de serviço dos professores, António Costa respondeu que a pergunta “não é de sim ou não” e, se fosse, era “não”.

“Acha justo, e há alguma razão para que eu possa fazer, para uma carreira específica, o que não posso fazer para todas as outras carreiras? O país tem de fazer opções”, sublinhou.



Foto: AP



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