Monumento que simboliza a proa de um navio alicerçado em homenagem aos antigos e atuais combatentes, às suas famílias e aos macedenses falecidos na I Guerra Mundial e na Guerra Colonial.
Foi ontem inaugurado com a respetiva pompa e circunstância uma Praça em Macedo de Cavaleiros que ostenta um monumento portentoso que simboliza a proa de um navio. “O mesmo” navio que transportou milhares de combatentes para os territórios do ultramar e os devolveu à pátria, uns vivos, outros mortos em combate e outros, ainda, estropiados, mas todos regressaram.
Foi dessa foma, sob a capa de um cerimonioso elogio fúnebre, que a autarquia macedense decidiu homenagear antigos e atuais combatentes, as suas famílias e, inclusive, os filhos da terra que lutaram e faleceram pela pátria em solo estrangeiro, nomeadamente, durante a I Grande Guerra e a Guerra Colonial.
Instalada no local do antigo cemitério de Sta. Bárbara, “solo sagrado” como o caraterizou o edil da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, na Praça “é inevitável que ainda hoje se sinta a ancestralidade macedense e o monumento aos combatentes, é uma singela forma de homenagearmos todos”, exclamou Duarte Moreno, honrando os seus antepassados.
O monumento perpetua, também, o nome dos macedenses falecidos em combate na guerra das trincheiras e no Ultramar. Tratam-se de 45 nomes inscritos no monumento, que resultaram de um estudo aprofundado e conduzido pelo núcleo de Macedo de Cavaleiros da Liga dos Combatentes em conjunto com o Museu Militar de Bragança.
As comemorações, que tiveram início com a deposição de flores no monumento da Liga, localizado em pleno Cemitério Municipal, incluíram, também, um impressionante desfile, liderado pela Banda da Associação Filarmónica do Brinço que sensibilizou todos à sua passagem. Seguiram-se os porta-estandartes da Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e Núcleos da Liga de Combatentes, ex-militares, uma companhia do Regimento de Infantaria de Chaves e os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros.
A inauguração da Praça dos Combatentes, que decorreu este domingo, dia 19 de junho, contou com a presença do Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes e do Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues.
TESTEMUNHOS:
Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes
“É uma inauguração importante para as nossas memórias. É uma inauguração para todos os Portugueses e para a sua memória. Todos temos de estar gratos a todos aqueles que morreram por terem combatido para a nossa paz. A Câmara de Macedo de Cavaleiros fez um monumento de muita nobreza, que todos devemos visitar, ver, rever e pensar. E o pensamento que nos ocorre é mesmo que guerra mais não queremos. Chega! Já chega de termos combatentes mortos!”
Presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Duarte Moreno
“Este é um espaço que faz parte da nossa história. Aqui foi o único cemitério de Macedo de Cavaleiros a ter o nome da Santa Bárbara. Com a formação do Núcleo da Liga dos Combatentes, consideramos que este seria um espaço para homenagearmos os combatentes e preservarmos a memória dos Macedenses. E hoje concretizamos esta homenagem àqueles que combateram em nome do país e os Macedenses e suas famílias que aqui permaneceram antes da transladação.”
Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues
“Isto são símbolos da alma Portuguesa. A população Portuguesa, as autarquias e os combatentes a perpetuar o esforço e o sacrifício que fizeram muitos dos cidadãos Portugueses que foram chamados para defender os interesses vitais de Portugal. Hoje levantamos em Macedo de Cavaleiros uma verdadeira obra de arte, que transforma esta praça, onde em tempos esteve um cemitério. Onde caíram lágrimas das gentes, hoje está transformado numa praça que honra a cidade, em homenagem à queles que caíram ao serviço de Macedo e de Portugal.”
Presidente do Núcleo de Macedo de Cavaleiros da Liga dos Combatentes, António Baptista
“É uma obra importantíssima, que se deve muito à Câmara Municipal e ao seu Presidente, que demonstrou ser amigo dos Combatentes, não só dos de Macedo, como os de todo o mundo. Há cinco anos, aquando da formação do Núcleo, eu referi que: ‘é um lugar santo para um monumento santo”. Hoje ficou concluído. O projeto foi feito pela Associação de Municípios da Terra Quente, em articulação com a Câmara Municipal e o Núcleo. Foi-nos apresentado este esboço, que não é de floreados, mas é um monumento que pesa na alma e nos sentimentos do povo.”