Duas entidades reclamaram hoje a reavaliação do traçado da A-4 junto a Vila Real, voltando a alertar para o «prejuízo ambiental» no dia em que termina a fase de acompanhamento público do relatório de conformidade ambiental do projecto de execução.
A organização ambientalista Quercus e o Movimento Cívico de Cidadãos por Vila Real reiteram que o aproveitamento do actual IP-4 com melhorias é a melhor solução para evitar \"o grande prejuízo ambiental e paisagístico\" da solução em discussão para o novo troço da A-4, em Parada de Cunhos (Vila Real).
As duas organizações lembram que já apresentaram anteriormente uma queixa à Comissão Europeia por inobservância do Direito Comunitário, invocando as \"muitas alterações lesivas do ambiente.
Segundo alegam, o relatório de conformidade ambiental do projecto de execução (RECAPE) não refere onde vão ser colocados as centenas de milhares de metros cúbicos de movimentação de terras, nem grande parte da localização de estaleiros e de infra-estruturas de apoio à obra, não estando definidos os acessos principais no Vale do Corgo que integra a Rede Natura 2000, Sítio Marão-Alvão, nem de que forma serão acautelados os previsíveis impactos negativos sobre a fauna e a flora.
Dizem ainda que \"o custo do empreendimento é elevado, não só no que diz respeito à desqualificação ambiental, como do ponto de vista social\", apontando também impactes ao nível do Douro Vinhateiro.
\"As potencialidades de utilização da linha férrea Régua/Vila Real, numa zona de paisagem impar que proporcionava um enquadramento ambiental natural único da cidade capital do Douro Vinhateiro, será para sempre desbaratado\", referem em comunicado.
A Quercus e o Movimento Cívico de Cidadãos por Vila Real consideram que a \"solução mais favorável\" para este troço da auto-estrada \"é o aproveitamento do actual corredor do IP-4 sujeitando-o a melhorias e evitando assim a duplicação de estruturas, com todas as desvantagens ambientais e económicas daí decorrentes\".
As duas organizações esperam que \"o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, a Estradas de Portugal SA e a Câmara Municipal de Vila Real procedam a uma reavaliação ponderada das soluções em causa para que sejam efectivamente tidos em conta e minimizados os impactes ambientais e socio-económicos\".