A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé (CAAF) começou ontem a distribuir duas toneladas de cereja por escolas e lares de idosos do concelho.
Esta foi a solução encontrada pela cooperativa para escoar as sobras da Feira da Cereja e dos Produtos da Terra, uma iniciativa que decorreu naquela vila no passado fim de semana.

Anteontem, os dirigentes da CAAF ameaçaram despejar a cereja à porta da Câmara Municipal, alegando prejuízos no certame organizado pela autarquia. Mas, a organização de agricultores acabou por descarregar, apenas, duas dezenas de caixas de cereja junto aos Paços do Concelho, dado que a GNR conseguiu acalmar os ânimos e mediar o conflito entre a cooperativa e a Câmara Municipal
Assim, em vez de desperdiçar as cerejas, a CAAF vai beneficiar as escolas e instituições de solidariedade social do concelho.

As divergências entre a edilidade e a estrutura agrícola, contudo, estão longe de chegar ao fim. O vice-presidente da CAAF, José Gomes, garante que a autarquia solicitou 10 toneladas de cereja para o certame e comprometeu-se adquirir as caixas que sobrassem. Segundo o dirigente, com esta medida a Câmara Municipal evitaria que a cereja faltasse nos últimos dias da feira, tal como já aconteceu em anos anteriores. "Disseram-nos que a cereja não podia faltar na feira e que tínhamos de levar 10 toneladas, pois assumiam as sobras", recorda José Gomes.

A cooperativa colheu a quantidade pretendida, mas como só se vendeu 8 toneladas, solicitou à edilidade a compra da cereja excedentária. Mas, após algumas negociações, a autarquia não ficou com as sobras, alegando que nunca existiu qualquer compromisso com a cooperativa. "Aquilo que a Câmara fez foi aconselhar a Cooperativa quanto à quantidade a expor na feira, tendo por base a procura de anos anteriores e a previsão de vendas", justifica o presidente da Câmara Municipal, João Carlos Figueiredo.
Acontece que o fim-de-semana prolongado, associado às Eleições Europeias e ao Euro 2004, contribuiu para reduzir o número de visitantes.

Confrontado com as sobras, o edil defende que se trata de "riscos próprios do mercado" e declina qualquer responsabilidade. Segundo João Carlos Figueiredo, a feira conta com expositores de diversos sectores que se sentiriam injustiçados caso a Câmara adquirisse as sobras da cooperativa.



PARTILHAR:

Agressão a professora

Decisão corajosa